“José Zanine Caldas (Belmonte BA 1918 – Vitória ES 2001). Arquiteto, designer, maquetista. Trabalha, na década de 1940, como desenhista do escritório Severo & Villares e como membro do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – Sphan. Abre um ateliê de maquetes no Rio de Janeiro, onde trabalha entre 1941 e 1948, e, por sugestão de Oswaldo Bratke (1907 – 1997), transfere-o depois para São Paulo, em atividade de 1949 a 1955. O ateliê atende os principais arquitetos modernos das duas cidades, e é responsável pela maioria das maquetes apresentadas no livro Modern Architecture in Brazil, 1956, de Henrique E. Mindlin. Em 1949, Caldas funda em São José dos Campos, São Paulo, a fábrica Móveis Artísticos Z e se desliga da empresa em 1953.
Caldas trabalha como assistente do arquiteto Alcides da Rocha Miranda (1909 – 2001) na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU/USP, entre 1950 e 1952. Na capital paulista, desenvolve projetos paisagísticos até 1958, quando se transfere para Brasília, onde constrói sua primeira casa, em 1958, e coordena a construção de outras até 1964. Indicado por Rocha Miranda a Darcy Ribeiro (1922 – 1997), ingressa na Universidade de Brasília – UnB em 1962, dá aulas de maquetes até 1964, quando perde o cargo em virtude do golpe militar. Nesse ano viaja pela América Latina e África, e, retornando ao Rio de Janeiro, constrói sua segunda casa, a primeira de uma série construída na Joatinga até 1968. Nesse ano, muda-se para Nova Viçosa, Bahia, abre um ateliê-oficina, que funciona até 1980, e participa do projeto de uma reserva ambiental com o artista plástico Frans Krajcberg (1921), para quem projeta um ateliê em 1971.
Simultaneamente, entre 1970 e 1978, mantém o escritório no Rio de Janeiro, para onde retorna em 1982. Um ano depois funda o Centro de Desenvolvimento das Aplicações das Madeiras do Brasil – DAM, e o transfere em 1985 para a UnB. Nesse período propõe a criação da Escola do Fazer, um centro de ensino sobre o uso da madeira da região para a construção de casas, mobiliário e objetos utilitários para a população de baixa renda. Em 1989 é reintegrado no seu posto na UnB, mas não chega a dar aulas. Nesse ano vai para Europa, onde projeta residências em Portugal e dá aulas na École d´Architecture [Escola de Arquitetura] de Grenoble, França.
Em 1975 o cineasta Antonio Carlos da Fontoura faz o filme Arquitetura de Morar, sobre as casas da Joatinga, com trilha sonora de Tom Jobim (1927 – 1993), para quem Caldas projeta uma casa. Dois anos depois, a obra do arquiteto é exposta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, em Belo Horizonte, e no ano seguinte no Solar do Unhão, em Salvador. Em 1986, a publicação de sua obra na revista Projeto n. 90 inicia uma polêmica no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – Crea sobre o fato de Caldas ser autoditada. Vários arquitetos saem em sua defesa, entre eles Lucio Costa (1902 – 1998), que lhe entrega cinco anos depois, no 13º Congresso Brasileiro de Arquitetura em São Paulo, o título de arquiteto honorário dado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB. O Musée des Arts Decoratifs [Museu de Artes Decorativas] de Paris mostra suas peças de design em 1989, ano em que recebe a medalha de prata do Colégio de Arquitetos da França.” (Itaú Cultural)
Essa publicação sobre meu pai, contém uma série de erros cronológicos, não há registro de quem a publicou também.
Caro José Zanine Caldas Filho:
Em 1986 fui aluno do seu pai no VII Curso Interamericano de Diseño Artesanal realizado em Brasília entre julho e agosto — promoção OEA/CIDAP/PNDA-MT.
Confiou-se aqui na publicação do Itaú Cultural; contudo, se você sugerir material que melhor expresse vida e obra do mestre Zanine, faremos a devida substituição.
Obrigado pelo comentário.
Haroldo Baleixe.
Olá Haroldo, desculpe responder depois de longo tempo, mande uma mensagem para meu e-mail: zanine.arquiteto@uol.com br, que passarei para você material sobre meu pai.
Você fez o curso na época do DAM quando meu pai voltou a morar em Brasília.
Abraço