Ivan Brasil – Memórias à História da Edufpa (2010)

Publicação original: Ivan Brasil — as primeiras publicações na UFPA de 19OUT2010.

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CAU-PA – Arquitetos do Pará: Alcyr Meira

Episódio 01 da série documental:

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Prosa e poesia – acervo Flávio Nassar

Lilian Silvestre, Maria Lúcia Medeiros, Benedito Nunes e Max Martins na Estrela.
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Logo PPGAU – proposta original de Jaime Bibas (2011)

Há 11 anos o professor Jaime de Oliveira Bibas, por solicitação do professor José Júlio Ferreira Lima, elaborou a logo do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, o PPGAU:

Memorial original em PowerPoint (download) montado por Jaime Bibas em outubro de 2011 não publicado à época – ação ora corrigida em prol do acervo imagético do referido programa de pós-graduação.
O mesmo MEMORIAL em arquivo pdf.

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Um ano sem Flávio Nassar

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Representação e Expressão Básica (I e II) – coletânea da produção anual de 2022

A produção anual das turmas de Representação e Expressão I e II de 2022 é aqui apresentada em coletânea com o propósito didático de auxílio às classes de 2023.
Cumpre também a função extensionista do projeto Laboratório Virtual dando retorno à sociedade global de uma produção ribeirinha: às margens do rio Guamá: endereço do nosso Ateliê.

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Corrigindo o verbete Palacete Faciola da Wikipédia

A Wikipédia, “a enciclopédia livre que todos podem editar” reeditou o verbete Palacete Faciola com informações coletadas neste Laboratório Virtual e o cita como fonte informativa,
Entretanto, tal qual a Wikipédia, o Laboratório Virtual é dinâmico, suas pesquisas são corrigidas de acordo com os dados relevantes que aparecem e mudam aquilo que não se apresentava como certeza.
Já se tem convicção de que em 1908, pela descrição no inventário dos bens de Bento José da Silva Santos, o Palacete da Nazaré com a Dr. Moraes já estava completo: acrescidos os dois volumes arquitetônicos pela travessa; todavia sem registro do azulejamento externo ou interno.
Bento José da Silva Santos Júnior (herdeiro do Palacete Silva Santos) morreria em 1915, sete anos após o falecimento do pai.
Nossas suspeitas, por ora, recaem em uma possível reforma feita por Antonio Faciola assim que assumiu o imóvel, em 1916: azulejamento externo e painéis de azulejos decorativos internos, colocação de um frontão engastado à platibanda e a confecção do monograma SF, de Servita Faciola, na fachada principal; Servita era, de fato e de direito, a proprietária do palacete: em seu nome emitiam as décimas municipais (hoje IPTU).
O Laboratório Virtual está procedendo a montagem de um pdf com a síntese das investigações que estão pulverisadas neste sítio de Internet; todavia, é possível tomar conhecimento do estado d’arte na coluna direira desta página eletrônica.

Imagem ampliável à leitura.

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O pintor J. Rollim relaciona Silva Santos a Faciola

A professora Jussara Derenji, diretora do Museu da Universidade Federal do Pará, encontrou em seus arquivos físicos (em papel) a nota acima reproduzida sem referências de autoria ou datação.
Desconfia-se, por comparação redacional com o artigo Os Gallé de Antônio Faciola publicado em 29 de fevereito de 1976 em A Província do Pará, que seja de Machado Coelho.
O professor Inocêncio Machado Coelho Neto dirigiu o Museu Paraense Emílio Goeldi entre 1945 e 1951; não se sabe se Machado Coelho conheceu Antonio Faciola, mas sua relação de amizade com Oscar e Inah, os dois filhos mais velhos do intendente, é notória.
O que chama a atenção no texto é a relação estabelecida entre os dois proprietários do Palacete Silva Santos/Faciola com o pintor J. Rollim: ambos (Silva Santos e Faciola) possuíram o Pôr de sol no oceano.
O termo “velho” pode ser uma diferenciação entre Bento José (pai) e Bento José Júnior; o primeiro morto em 1908 e o segundo em 1915 – Faciola assume a propriedade dos Bento em 1916.
O fato de pai e filho serem (quase) homônimos causa confusões de identificação, como no caso da travessa Silva Santos, que separou o Cinema Olympia do Grande Hotel: ela é uma homenagem do Conselho Municipal de Belém (de 05JUL1915) ao filho e não ao pai – acredita-se que Bento Júnior tenha sido o avalista dos dois empreendimentos.
A percepção diante do material pesquisado é que Antonio Faciola adquiriu móveis e obras de arte que já compunham o Palacete Silva Santos (porteira fechada?), acrescentando a este acervo trabalhos comprados em viagem que fez à Europa em 1911 com a família para, também, adornar a chácara Bem-Bom, a qual um segundo pavimento foi acrescido pelo pianista.

Foto do Pôr de sol no oceano: Elizabeth Pessôa.


Antonio Faciola aos 50 anos (em 1915), no segundo pavimento do Bem-Bom, entre obras de arte e seu piano – um ano antes de ocupar o imóvel dos Bento José da Silva Santos: o pai e o filho Júnior (herdeiro), sem se desfazer de sua chácara.

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Amanhã, às 09h, Alcyr Meira dará a Aula Inaugural da FAU

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Hospital das Acácias – o prédio que jamais hospitalizou

A Província do Pará de 18OUT1964 anuncia, pelo escritório imobiliário Oeiras Freire, a venda de títulos para o Hospital das Acácias: seriam 10 prestações de 5.000 Cruzeiros perfazendo um total de 50 mil – não há referência à taxa de manutenção.
O nosocômio, que trazia na marca a imagem de sua construção modernista, (já em fase de acabamento) lhe garante: assistência médica e dentária grátis e ainda mais hospitalização, exames de laboratório, serviço de raio X, pronto socorro, maternidade, cirurgia, farmácia e banco de sangue para você e seus ascendentes e descendentes.
O Hospital das Acácias fora construído no bairro do Marco, na travessa do Chaco, entre as avenidas 25 de Setembro e Almirante Barroso, em terreno de aproximadamente 4.600m² doado pelo governo estadual por lei aprovada unanimemente pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Moura Carvalho.
A pedra fundamental da obra teve seu lançamento em 20 de agosto de 1961, não por coincidêcia, o Dia do Maçom; do mesmo modo que Acácia (árvore) é, também, simbologia maçônica – na cerimônia compareceu Aurélio do Carmo, governador eleito em 1960 já no exercício do cargo.
A ideia de tal casa de saúde surgiu de um grupo de maçons filiados à Grande Loja do Pará no ano de 1956 com a criação da Associação Hospitalar Maçônica que desde então angariava fundos à edificação.
O projeto do Hospital das Acácias foi elaborado por uma deferência toda especial da Fundação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), sendo a perspectiva de autoria do arquiteto português Arlindo da Costa Guimarães:

Em visita feita à Grande Loja Maçônica do Pará, que hoje ocupa e reforma o prédio de sua propriedade, conversamos com o Grão Mestre Edílson Araújo (eleito por dois mandatos: 2018-21 e 2021-24), que nos disse possuir pouco material sobre a história do Hospital das Acácias, mas que em abril poderá disponibilizá-lo no formato digital ao Laboratário Virtual da FAU – não há fotos.
Edílson recordou que havia parceria com uma instituição estrangeira responsável por equipar a casa de saúde; contudo, tais materiais enviados do exterior foram retidos pela Aduana brasileira e só liberados 10 anos depois quando obsoletos e defeituosos pelo desuso.
No Google Street View é possível verificar que o Colégio Ipiranga lá estava em 2012 e a SESMA (Secretaria Municipal de Saúde) em 2017; de 2018 a 2019 aparece supostamente desocupado e, em 2022, já com o letreiro indicativo da Grande Loja
Atualmente o edifício foi transformado num grande templo maçônico de múltiplos espaços para distintos rituais e está prestes à inauguração; segundo Edílson: “a adaptação presa pelas simbologias interna e externamente e sua fachada dá reconhecimento público de que o lugar é uma loja maçônica.”:

A rampa original do projeto hospitalar permace preservada; mas, os Bombeiros exigiram a construção de uma escada de acesso ao segundo pavimento,

Fontes: A Província do Pará de 1961 e 1964.


Sobre o prédio primitivo e sua aparência atual solicitamos a análise da professor Celma Chaves Pont Vidal, coordenadora do Laboratório de Historiografia da Arquitetura e Cultura Arquitetônica -LAHCA:

A construção foi projetada e executada nos anos 1960 pelo arquiteto português Arlindo Guimarães como edifício hospitalar, o Hospital das Acácias, que agora se sabe nunca ter funcionado como tal.
O prédio passou por diversos usos ao longo dos anos, mas nos últimos tempos estava desocupado, o que de certa forma permitiu que suas linhas arquitetônicas permanecessem íntegras, e em estado de conservação relativamente satisfatório.
Porém, neste momento está sendo concluída reforma para abrigar a sede da grande loja maçônica do Pará.
A partir da observação dos elementos que estão sendo incorporados nesta “reforma”, nota-se uma mudança radical na linguagem moderna do edifício, que apresentava uma fachada inclinada, modulada por uma marcante linha de janelas em esquadrias de ferro guardando o desenho original do arquiteto – os apoios que emolduram as aberturas revelando, por encadeamento, a inclinação da vedação e imprimiam um interessante ritmo moderno, agora estão encobertos por colunas de gesso pseudoclássicas, que se integram a uma balaustrada no piso superior.
Perdeu-se também o arco, que demarcava o acesso ao edifício e sustentava a laje de cobertura frontal – elementos que aparecem em diversas obras modernas no Brasil e em Belém -, substituído por um proeminente frontão e suas colunas de sustentação.
O interior, segundo os registros fotográficos realizados pelo Laboratório Virtual da FAU, também parece estar sendo irremediavelmente alterado.
Um “pós pós-moderno”, próprio de muitos edifícios de instituições de tradição religiosas, e especialmente das sedes das lojas maçônicas no Brasil contemporâneo.
Uma mudança de estilo representativa, visto que este edifício, de caráter moderno, fora imaginado por equipe do SESP com a aquiescência da mesma agremiação.

Registros do prédio feitos pela professora Celma em 2018 por perceber o modernismo do edifício.

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Semana do Calouro UFPA – Programação da FAU

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Francisco José Guimarães Cardoso – nosso adeus ao colaborador


Imagem gentilmente cedida pelo professor Paulo Andrade (o Popó), também na foto: o segundo da direita à esquerda.

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Aerofotogramas de 1964 – datação confirmada

Uma análise comparativa entre fotografias publicadas nos PRIMEIRO e SEGUNDO volumes do livro BELÉM – Estudo de Geografia Urbana, de Antonio Rocha Penteado, e os aerofotogramas produzidos pela Serviços Aerofotogramétricos Cruzeiro do Sul S. A. demonstra que tal levantamento aéreo foi executado no ano de 1964 e não em 1965 como publicamos, ainda em dúvida, no mês passado – a postagem foi deletada e as retificações em textos antigos estão em ajustes.
A composição acima demonstra, baseada no aero de 1964, o ponto de vista do fotógrafo em 1965: fundos do Central Hotel, localizado na avenida Presidente Vargas esquina com a rua 13 de Maio (28 de Setembro).
O retângulo vermelho de borda amarela corresponde ao edifício Tivoli, localizado na rua Manoel Barata; à sua proximidade dois edifícios surgem: o Infante de Sagres (defronte) e um na esquina pela Primeiro de Março: o Nuno Alvares – ver comparativo com o Google Earth contemporâneo.
Na mesma proporção que os prédios sobem na foto de 1965, o Reservatório Paes de Carvalho é desmontado; já na foto aérea, que mostra o início dessas obras, o Reservatório está íntegro, com as três cubas e o mirante de ferro.
Há um reforço à tese: o jornal A Província do Pará de 07NOV1964 noticia que as obras de desmontagem do Reservatório iniciaram no dia 06 de novembro, “…sob a supervisão do engenheiro Edmundo Carepa, diretor do DAEDepartamento de Águas e Esgotos…”.

Outra circunstância comprobatória da datação é o casario em processo de demolição em 1965 registrado pela câmera de Penteado; em 1964, essas casas ainda estavam de pé, compondo uma estreita Padre Champagnat em primitiva configuração da Feliz Lusitânia que se expandia; no Círio de 1965 a área ainda mantinha, aparentemente, as duas últimas edificações desse conjunto:


Aerofotogramas de Belém – 1964 – PDF.

Aerofotogramas de Belém – 1964 – Google Fotos.


Todas as imagens são ampliáveis para melhor visualização.

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O carnaval de Belém nos anos 50; por Antonio Paul de Albuquerque

Coleção Paul Albuquerque

Formado por mais de seis rolos de filmes em Super 8 e 16 mm, o acervo audiovisual – que antes pertencia ao professor Paul Albuquerque e que hoje é de propriedade do professor Flávio Nassar – possui imagens de extrema relevância histórica para a cidade. Mais do que imagens, a coleção Paul Albuquerque retrata uma cidade e seu povo, com sua cultura, seus hábitos e costumes; uma verdadeira testemunha ocular da história de Belém.

Os registros cinematográficos deste post são um grande exemplo disso.

O vídeo foi filmado pelo professor Paul Albuquerque e retrata como eram os carnavais em Belém, na década de 50, mostrando, sobretudo, o cenário de alegria e festa que o carnaval trazia para os moradores da cidade. As imagens foram feitas durante o festejo que ocorria na Praça da República. A praça era o local onde havia o encontro dos foliões, dos Blocos de Sujos, das pessoas que iam aos clubes que ficavam no perímetro da praça, ou mesmo dos curiosos e expectadores, atraídos pela exuberância dos festejos.


Matéria originalmente publicada no UFPA 2.0

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Uma proposta de TCC; por Pérès R. Songbe

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É o Hospital Guadalupe do De Paula Bolonha? Sim

De Paula Bolonha: (arquiteto) Francisco de Paula Lemos Bolonha

O questionamento foi feito pela professora Celma Chaves Pont Vidal, coordenadora do LAHCA (Laboratório de Historiografia da Arquitetura e Cultura Arquitetônica), ao Laboratório Virtual – ambos UFPA-ITEC-FAU.
A primeira resposta foi negativa, já que o professor Oswaldo Coimbra dá como única obra do famoso arquiteto modernista paraense em Belém do Pará o Monumento a Lauro SodréDiário do Pará de 03MAR2010.
Mas não é o que nos diz A Província do Pará de 11 de setembro de 1960: “A planta é de autoria do engenheiro Francisco Bolonha, residente no Rio de Janeiro, cabendo a responsabilidade de sua construção ao engenheiro Nicholas Chase.”; contudo, a afirmativa não se refere ao Hospital Guadalupe; mas, ao Hospital Santa Mônica: uma casa de saúde que teve sua pedra fundamental lançada em cerimônia do dia 10 de setembro de 1960 à rua Arcipleste Manoel Teodoro num terreno de 4.500m².
O Hospital Santa Mônica: a mesma Provincia já havia noticiado, em 30 de dezembro de 1959, o surgimento de uma sociedade anônima nominada Sociedade Médico-Cirúrgica Paraense (não confundir com a do Pará, esta científica) encabeçada pelos médicos Paulo de Castro, Carlos Costa, Garibaldi Vianna e Rui Coral à contrução do hospital que será servido por um sistema de rampas, para o transporte de doentes, sem a utilização de elevadores; e segue: As enfermarias deverão ser de alto padrão, dentro da melhor técnica moderna. Pensam ainda os organizadores do hospital em outros planos para a melhor atividade do hospital, e que se encontram, esses, em fase de mais acurados estudos – em outras palavras: o programa de necessidades do nosocômio estava sendo discutido entre médicos e o arquiteto De Paula Bolonha que estava no Rio de Janeiro, mas certamente com a interlocução de Nicholas Chase, ganhador da concorrência para construir o Monumento a Lauro Sodré, que fora inaugurado pelo Governo do Estado em 10OUT1959.
As obras do Hospital Santa Mônica só iniciaram efetivamente em abril de 1961, no terreno 734 da rua Arciprete Manoel Teodoro:

Os dois aerofotogramas acima, provavelmente de 1965, revelam o estado da obra no terreno comprado pela Sociedade Anônima – em cotas por ações preferenciais à classe médica negociáveis em mercado – localizado na Arcipreste Manoel Teodoro, e pertencente aos herdeiros do sr. Kislanov.
A ausência de sombreamento na obra demonstra que a construção atingiu o pavimento térreo; pois as aberturas das rampas, já mencionadas nos relatos, aparecem na imagem – penumbradas; ou seja: estavam completadas as fundações e o subterrâneo do edifício hospitalar projetado por Francisco de Paula Lemos Bolonha que Nicholas Ellis Chase erguia.
Enquanto a obra do Santa Mônica era tocada em 1965, o Hospital Guadalupe, mantido pelas Irmas Adoradoras do Santíssimo Sangue, funcionava na avenida Assis de Vasconcelos n°757; fora inaugurado em 1964, a 1° de fevereiro; o jornalista Paulo Maranhão, o Dragão do Norte, morreu lá em 18 de abril de 1966, aos 96 anos – segundo o Jornal do Brasil do dia seguinte.
Daqui até a inauguração do prédio como Hospital Nossa Senhora do Guadalupe, em 1972, temos um hiato na pesquisa: não sabemos, por ora, como se deu a negociação entre a Sociedade Anônima e as Irmãs Adoradoras… que assumiram a obra concluída de De Paula Bolonha.
Hoje se escuta, da boca miúda, que há um plano de expansão vertical do Hospital Guadalupe para hospedar um centro cirúrgico num 5º andar; a fundação e estrutura planejadas por De Paula Bolonha e Ellis Chase suporta 5 pisos além do subsolo: 6 andares.


Fontes: A Província do Pará e Jornal do Brasil.


Postscriptvm: os aerofotogramas usados nesta matéria foram doados ao Laboratório Vitual pelo professor Flávio Augusto Sidrim Nassar – lamentavelmente falecido no ano passado.

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Monumento Lauro Sodré – o plano original de Bolonha e Giorgi

A maquete que convenceu Barata

Plano original tridimensional de Bolonha e Giorgi destinado à praça defronte ao Cinema Olímpia

Em janeiro de 1957 o governador do Pará, Magalhães Barata, incumbiu o historiador Ernesto Cruz de montar uma comissão competente à organização das festividades oficiais ao centenário de nascimento de Lauro Sodré – ícone da política local, de natalício em 17 de outubro de 1858, reverenciado por Barata.
Dentre esses certames figurava a inauguração de um monumento a Lauro Sodré, de endereço pré-estabelecido antes mesmo da composição da referida equipe técnica: “… em praça pública, localizada nas proximidades da casa onde nasceu Lauro Sodré, na antiga rua Cruz das Almas, hoje Arcipreste Manoel Teodoro.”.
Em 15 de janeiro de 1957 é dado ao conhecimento público pelo jornal Estado do Pará a lista dos primeiros componentes convidados por Ernesto Cruz: “… drs. Rui Bastos Meira, Augusto Meira Filho, Josué Freire e acadêmicos Bruno de Menezes e João Viana.” que reunidos deliberam pela viagem do engenheiro Rui Meira ao Rio de Janeiro a fim de entrar em contato com o arquiteto Francisco Bolonha e obter desse profissional a colaboração necessária; a nota do periódico reforça o terreno disponível: “O monumento ao dr. Lauro Sodré vai ser ereto na praça fronteira ao Cinema Olímpia…”.
No dia 15 de maio de 1957, passados exatos três meses, os irmãos Meira, ambos engenheiros civis, defenderam, diante de Barata, o projeto do arquiteto paraense Francisco de Paula Lemos Bolonha (erroneamente chamado em algumas reportagens de Francisco Bolonha Sobrinho) em parceria com o escultor paulista Bruno Giorgi.
Bolonha e Giorgi, para melhor entendimento popular de suas concepções, enviaram do Rio de Janeiro um modelo volumétrico, uma maquete, dada à escala por representações humanas – os custos de tal objeto não foram repassado aos cofres do Estado, teriam sido arcados pela dupla modernista.
A Comissão montada por Ernesto Cruz aprovou, em 19 de agosto de 1957, o parecer do Clube de Engenharia que mudava a localização do monumento para o Boulevard Castilhos França e Av. Presidente Vargas, na praça onde se encontra o obelisco dos Pescadores, em vista da situação local ser bastante favorável, isto é à entrada da cidade – curiosamente nessa reunião da Comissão com os engenheiros o projeto foi aprovado em nova locação sem o conhecimento (ou consentimento) dos autores (Bolonha e Giorgi); apesar dos dois largos, neste caso, apresentarem conformação triangular.
Em 17 de dezembro de 1957 chegam em Belém pelo Constellation da Panair o arquiteto Francisco de Paula Lemos Bolonha e o escultor Bruno Giorgi; no dia seguinte o Estado do Pará noticia que o plano deles será implementado (novamente) na Praça da República, nas imediações do Cinema Olimpia.
Em 22 de dezembro de 1957 o Estado do Pará publica a matéria Ainda não escolhido o local para o monumento, nela é dito, acerca de nova reunião da Comissão de Ernesto Cruz: “O ponto central dos debates foi relativo à localização do monumento, indicando-se vários locais, entre os quais o Largo da Memória, Praça do Operário, Praça de São Braz, sem que tenha ficado resolvido, entretanto, em definitivo, a localização do imponente monumento.”.
Noticiando o regresso de Bruno Giorgi e Francisco Bolonha à (então) capital federal, o Estado do Pará, de 27 de dezembro de 1957, dá como definitiva a localização: que será na área situada em frente ao mercado de São Braz, com 53 metros de comprimento por 25 de largura.
Em 25 de maio de 1958 o Estado do Pará revela: “Concluída a concorrência pública pela comissão do Centenário de Lauro Sodré, sob a presidência de Ernento Cruz, foi assinado contrato com o sargento Nicholas Chase, vencedor dessa concorência para o início das obras da construção do monumento a Lauro Sodré, nesta capital.”; complementando: “O monumento será localizado na Praça Floriano Peixoto, frente ao mercado de São Brás, na confluência das avenidas Independência e José Bonifácio.”.
Uma fotografia da mesma (e única) maquete é veiculada pelo jornal carioca Correio da Manhã de 09 de outubro de 1958, dando visibilidade nacional à obra já concretada, que só aguardava revestimentos e esculturas do Rio de Janeiro; ou seja: o volume, mesmo desatualizado em sua base triangular proposta para defronte do Olímpia, mantinha-se significante do Monumento já retangularizado para a frente de São Braz.


O relato acima é extenso, como também o foi a hesitação para se achar um local que acolhesse as ideias dos afamados modernistas; talvez a Comissão de Ernesto Cruz se tenha ampliado de tal modo à incapacidade de deliberar com sensatez na ausência dos autores, só se chegando a termo com a contratação de Nicholas Chase, o responsável pela estrutura construtiva que receberia mármores, bronzes e demais elementos de acabamento da capital do país – assim se fez necessária a comunicação efetiva entre o engenheiro Chase, o arquiteto Bolonha e o escultor Giorgi à remodelação da superfície e outras soluções de pertinência à troca de sítio.

Simulação, pelo SketchUp, da planta originada da maquete e sua superposição ao recorte de mapa da cidade de Belém levantado pela CODEM em 1978; o Monumento Lauro Sodré se encaixaria fronteiriço ao Chafariz das Sereias, um equipamento público art noveau e cartão postal de Belém.


A construção que ligou Nicholas Chase a Bolonha-Giorgi

Foto antiga do local onde foi erigido o Monumento Lauro Sodré – superfície retangular regular

O monumento-jardim de Bolonha-Giorgi começou a ser construído em junho de 1958 e seria inaugurado em 10 de junho de 1959; não ficou pronto para o centenário de nascimento de Lauro Sodré; nem Barata o viu acabado, morreria dias antes da conclusão das obras.

Plano original (triangular irregular) apresentado em maquete para o largo defronte ao Cinema Olímpia em 1957 e projeto executivo (retangular regular), sob a mão do construtor Nicholas Chase, da adaptação feita à praça do Mercado de São Braz.
Não sabemos se essas pranchas foram desenhas no Rio de Janeiro, pelos projetista; ou: em Belém, pela equipe de construção – certamentte em comum acordo.

Fotografia feita no dia da inauguração do monumento: 10JUN1959

Em matéria publicada no Diário do Pará de 06MAR2010 o professor Oswaldo Coimbra escreve: Dois autores dizem que o espelho d’água estendia-se até o painel onde foram concentradas as três das cinco esculturas de Bruno Giorgi… …E foi aterrado porque nele frequentemente caíam boêmios que se embebedavam nas redondezas do Mercado de São Braz.
Tando a concepção primeva Bolonha-Giorgi, quanto a fotografia acima, do IMS, confirmam o que disseram Carlos Rocque e José Valente no texto de Coimbra; mais: há o clichê da construção desse lago-espelho d’água:


Mais sobre Nicholas Ellis Chase e Francisco de Paula Lemos Bolonha:
Ingleses pretos, barbadianos negros, basileiros morenos? Identidade e memórias (Belém, séculos XX e XXI)
Diário do Pará 06MAR2010 – Oswaldo Coimbra
Diário do Pará 13MAR2010 – Oswaldo Coimbra
Diário do Pará 21MAR2010 – Oswaldo Coimbra
Diário do Pará 27MAR2010 – Oswaldo Coimbra


Fontes: jornais Estado do Pará e A Província do Pará.

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Irmãos Bolonha – um arcabouço familiar

Estrutura gráfica com imagens de personagens definidos por seu ascendentes e descendentes.

Ao ler Palacete Bolonha: Uma promessa de amor (Plantas A3); ou: A Cidade como Narrativa…, pareceu-nos complicado entender as relações familiares nas tramas desses dois trabalhos acadêmicos; daí a ideia do prospecto montado com a ajuda de descendentes de Julieta e Benjamin.
Pela parte de Julieta tivemos o auxílio de Henrique Soares, seu neto, filho de Elza; Henrique nos forneceu as fotografias de Fancisco Bolonha e de Julieta; mais: a certidão de óbito da avó e uma planta levantada pelo engenheiro agrimensor Hugo dos Santos, datada de 11 de fevereiro de 1939, que revela os Terrenos edificados e baldios de dona Alice (Ten Brink) Bolonha na área da dita Passagem Bolonha:

Imagens ampliável

Sobre Benjamin, o caçula dos irmãos Bolonha, ajudou-nos o professor Alex Bolonha Fiúza de Mello, ex-reitor da UFPA; Alex é neto de Benjamin, filho de Yolanda, foi ele quem nos forneceu a lista dos descendentes diretos de Benjamin, da qual consta Francisco – Francisco de Paula Lemos Bolonha -, arquiteto modernista contemporâneo de Oscar Niemeyer.

Francisco de Paula Lemos Bolonha.

Foto de Marcia Poppe momentaneamente linkada à Wikipédia.

A obra sabida como planificada por Francisco de Paula Lemos Bolonha em Belém, sua cidade natal, é o Largo de São Brás, defronte ao mercado de mesmo nome, mandada erigir por Magalhães Barata, que morreu sem a inaugurar:

Monumento inaugurado em 10 de junho de 1959.

Ler a matéria publicada na revista RIO de janeiro de 1950: O estranho caso da arquitetura brasileira.


Fotografias do material fornecido por Henrique Soares: Luiza Carla Girard Mendes Teixeira.

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90 Anos – Claudia Andujar: Uma vida com os Yanomami

Claudia Andujar nasceu na Suíça, em 1931, e em seguida mudou-se para Oradea, na fronteira entre a Romênia e a Hungria, onde vivia sua família paterna, de origem judaica. Em 1944, com a perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial, fugiu com a mãe para a Suíça, e depois emigrou para os Estados Unidos, onde foi morar com um tio. Em Nova York, desenvolveu interesse pela pintura e trabalhou como guia na Organização das Nações Unidas. Em 1955, veio ao Brasil para reencontrar a mãe, e decidiu estabelecer-se no país, onde deu início à carreira de fotógrafa.
Sem falar português, Claudia transformou a fotografia em instrumento de trabalho e de contato com o país. Ao longo das décadas seguintes, percorreu o Brasil e colaborou com revistas nacionais e internacionais, como LifeApertureLookCláudiaQuatro Rodas e Setenta. A partir de 1966, começou a trabalhar como freelancer para a revista Realidade. Recebeu bolsa da Fundação Guggenheim (1971 e 1977) e participou de inúmeras exposições no Brasil e no exterior, com destaque para a 27ª Bienal de São Paulo e para a exposição Yanomami, na Fundação Cartier de Arte Contemporânea (Paris, 2002). Em 2015, a exposição No lugar do outro (IMS Rio) apresentou a primeira parte da carreira da fotógrafa. A segunda parte da carreira, dedicada aos Yanomami, foi apresentada na retrospectiva Claudia Andujar: A luta Yanomami.

Fonte: Instituto Moreira Salles.


Atualidade:

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EPV 2022 – resultado final: dois trabalhos da FAU

Estágio PIBIC-Verão 2022:

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Apresentação dos trabalhos das duas estudantes do curso aprovadas no Edital 17-2022 (EPV):

Sâmyla Eduarda Moreira Blois Alves (bolsista PIBIC 2021) orientada por Ana Cláudia Duarte Cardoso

Tatiana Chagas Prata (bolsista PIBIC 2021) orientada por Raul da Silva Ventura Neto

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