Pensei aqui: será a mediocridade intelectual uma doença parasitária incurável? São muitas e diversas as questões das universidades públicas que precisam ser discutidas urgentemente, porém, parece que a mediocridade intelectual fermentada por grupos ou pessoas interessadas em mantê-la, impede o avanço em direção daquilo que seria o objetivo maior desse laurel concedido ao Blog da FAU.
Sem um reconhecimento ─ concreto ─ de mérito, como promover relevância científica e tecnológica? Essa falta de políticas no rumo da meritocracia nos atinge profundamente.
A título de ilustração, duas historinhas baseadas em fatos reais:
Indicado ao Prêmio Nobel de Medicina em duas ocasiões (1913 e 1921), o cientista brasileiro Carlos Chagas, não foi laureado. Dizem que Afrânio Peixoto era contrário à política (de meritocracia) adotada por Chagas no antigo Departamento de Saúde Pública do Governo Federal e tratou de contribuir para vetar a indicação. Teoria da conspiração? É possível, mas, esse mistério, que assombra a memória de Carlos Chagas, talvez explique em parte o porquê do Brasil não ser reconhecido como capaz de produzir ideias.
Em outra ocasião Peter Medawar, nascido no Brasil (Petrópolis), filho de inglesa com libanês, foi agraciado com o Nobel de Medicina. Quando jovem, porém, teve a cidadania cassada porque não se apresentou ao serviço militar obrigatório (tempos depois de forma absolutamente discreta, digamos assim, sua cidadania foi reconhecida). Medawar tinha cidadania britânica e por isso foi possível à Inglaterra conquistar mais um Nobel.
Longe de querer nos comparar aos eminentes cientistas das histórias acima e, sobretudo, reconhecendo que somos duas gotículas d’água mergulhadas no imenso rio que lambe as beiras da FAU, digo que parece a ninguém importar, mais especificamente à PROPLAN, que o Blog da FAU venha (ou possa continuar) a influenciar ou servir como ferramenta ─ inovadora ─ de forma construtiva a centenas (milhares?) de pessoas ao longo de suas carreiras profissionais, pois importa mais, assim parece, o cumprimento da burocracia, no feitio de portarias, relatório sobre passagens, hospedagens, diárias para convescotes “científicos” ou coisa que o valha.
Assim cumprimos o triste script de esteiros a adentrar terra movediça, estagnada, engessada, rançosa, mesquinha, iludida e egoísta.
[jb]
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Perder essa referência na Internet sobre Arquitetura, Arte e diversidades seria muito ruim, uma perda irreparável não só aos estudantes de Arquitetura da UFPA, mas de todos os lugares que usam o blog como fonte rica para pesquisas, porque é respeitado também por professores que confiam no trabalho que agrega muito valor em um só sítio da WEB.
Os editores estão aborrecidos com a PROPLAN que os premiou em 2012 e os depreza em 2013 e isso é ruim para todo mundo.
Entendo e sou solidário com esse “desabafo” do professor Bibas.
Espero que vocês, Jaime Bibas e Haroldo Baleixe, recebam o apoio da comunidade acadêmica, especialmente da FAU a quem, a meu ver, esse blog serviu construtivamente e foi incansável.
Totalmente de acordo e com o meu apoio ao seu desabafo.
Agora…falando sério:
Temos aqui um retrato hiper-realista da universidade pública brasileira que formará gerações para o comando do país, uma universidade sem sensibilidade alguma para a novidade do serviço à comunidade, à responsabilidade social que apenas prega, mas não leva a termo.
A pró-reitoria em questão, a PROPLAN, lida com números para elaborar estatísticas cegas que não consideram aquilo que não tenha rastro de celulose protocolada, um dos motivos irresponsáveis da derrubada de árvores.
É uma vergonha para a UFPA se ler esse “desabafo” do professor/editor [jb] do BF que tem a mais completa razão quando diz que a Universidade é “movediça, estagnada, engessada, rançosa, mesquinha, iludida e egoísta”.
As universidades públicas brasileiras são respeitadas porque o patronato é diluído entre pares de competência, entretanto essa “competência” não é tão verdadeira quando se encarna o papel social do patrão egoísta que visa o lucro sem se preocupar com a qualidade do produto que “põe no mercado”.
As universidade públicas brasileiras só existem porque o dinheiro sai do meu bolso e do bolso do ignorante povo brasileiro que não tem acesso à educação porque não interessa aos caolhos da terra do cego nenhum transplante de córnea.
Um projeto que atinge 300 mil pessoas – são milhares professor, não são apenas centenas – ser desprezado é só uma estupidez inominável de uma universidade pública que tem obrigação de ser extensiva, já que não há bancos escolares suficientes no 3º grau que possam dar conta dessa demanda super reprimida que mantém o Brasil no eterno status de “país em desenvolvimento”, ou gatinho maracajá latino.
Este assunto deveria chegar aos grandes jornais, como a Folha de São Paulo, para uma discussão mais aprofundada porque estão aterrando com escrementos um canal de comunicação viável para tranformá-lo em injustificável “esteiro”.
Fala sério UFPA.
Caraca véio, parece que vamos perder esse maná.
Vocês sabiam que esse blog é referência (de cola mesmo) na UNAMA, pois é, ajuda pra caramba os alunos, muito mais que a mulher que vende TCC.
Rsrsrsrsrs.
OPS! Porque ela vende, não dá de graça!