O médico e escritor Aristóteles Guilliod de Miranda, colaborador do BF, enviou-nos a página 7 do jornal Folha do Norte do dia 16 de julho de 1939 em razão da postagem A companhia aérea que batizou o bairro da Condor.
A imagem acima, fotografada de um ledor de microfilmes, dá-nos informações curiosas sobre o Bar da Condor “… à disposição das excelentíssimas famílias… ” belenenses e, em certa medida, faz-nos listar alguns boêmios da Cidade, os quais eram homenageados em refeições, lanches, sobremesas e drinks do lugar comandado pelo cozinheiro Henrique Valentim de Sousa.
Tentaremos reproduzir, ainda infiel pela ilegibilidade, a parte da matéria que se refere ao assunto:
Pato no tucupy, a João Maranhão; leitão assado com farofa, a João Malato; perú à brasileira, a Bruno de Menezes; salada de batatas a Antônio Innocente Amoedo; sandwish americana, a Jorge Malcher; sandwish de peru com fiambre, a Nunes Pereira; sandwish de gallinha, a Olympio Mendes Contente; sandwish de sardinha, a Narciso Braga; fillet à minuta, a Hilário Pereira; gallinha guisada, a Romeu de Avelar; biffe à [?], a [?] Alves; bolinhos de bacalhau, a Paulo Eleutherio; role [?], a Castro [?]; cerveja Cascatinha, a Avelino Pinheiro; cerveja Antarctica, a [?]; guaraná Soberano, a João de Barros; dose de whisky, a Samuel Costa; dose de quinado, a Paschoal Gomes; creme de abacate, a Julio Guimarães; salada de fructas, a Nelson Bentes; cerveja Brahma, a Mario Rocha, e aperitivos, a Ulysses Sacramento da Veiga (Trecho do jornal Folha do Norte, publicado em 16/07/1939, p.7.).
O interessante, também, é a publicação de duas estrofes de uma poesia-comercial de Bruno (de Menezes):
Para ver o “Flor da Noite”
Boi-bumbá, velho de fama
Só se aprecia melhor
Bebendo cerveja BRAHMA
“Pitauan”, grupo juanino,
O mais bonito, este anno
Tem graça, que a gente goza,
Bebendo só o SOBERANO.
A Folha do Norte nos faz crer na existência de uma confraria, nem tanto informal, já que os “associados” tiveram seus nomes estampados no periódico para dar glamour ao certame que contaria com a presença do prefeito Abelardo Condurú; também, na medida do possível, inimigos não vão à mesma mesa – neste caso: literalmente.
Vale descobrir a biografia de cada um desses indivíduos – todos homens, nenhuma mulher era comida ou bebida no Bar da Condor – para entender suas relações econômicas, sociais e políticas naquele momento da História: o início da 2ª Guerra Mundial.
Postscriptvm:
O Bar da Condor em fotografias sem autoria nem datação fiável, supostamente tiradas entre 1947 e 1949:
Postscriptvm² (19/11/2014):
O engenheiro civil Paulo Augusto Gadelha Alves junto ao amigo engenheiro agrônomo Leonidas Ponciano de Oliveira, funcionário da Primeira Comissão Demarcadora de Limites, no Bar da Condor, em fotografia provavelmente tirada entre os anos 1954 e 1955.
A imagem permite ver detalhes de uma cadeira e do guarda-corpo do reduto boêmio de Belém, à margem do Guamá.