Juliano Ximenes, diretor da FAU, encontrou uma relação entre a marca criada pelos alunos e as raras litografias do escultor Amilcar de Castro, falecido em 2002.
Acima: um comparativo entre essas imagens.
Adendo postado em 15 de setembro de 2010:
A leitora do Blog da FAU, Regina Vitória Fonseca, nos enviou, por e-mail, o link do XUMUCUÍS onde Ramiro Quaresma observa SIMILITUDES não intencionais em logomarcas; contudo ele não desculpa o afogamento do SALÃO ARTE PARÁ, versão 2010, na fonte (mina) da grife internacional COLCCI:
Lamentavelmente não registramos o painel que se formou com os “cacos” sobre o grande quadro verde da Maquetaria; ele serviria de mural a qualquer parede nobre, não como insensatez de pichação burlesca, mas de grafismo fino e rico, raciocinado.
Todos trabalharam, todos produziram imagens interessantes; mas poucos estavam armados com pincel e nanquim, a ferramenta que fez a diferança nos resultados.
A palavra de ordem dada na chamada à oficina: “Qualquer coisa que risque e rabisque” obrigava a atitude de ousar na matéria e essa “lição”, na falta de meios, acabou por ser dada; na próxima, ninguém vacila.
O Luciano Oliveira, dono de arguto olhar, catou o que ele acreditou ser a melhor imagem para simbolizar a Semana; confiei nele porque os alunos, ainda no segundo semestre, seriam tendenciosos no caso de votação — pendor essencialmente ingênuo.
No final das contas a logo foi escolhida porque é nada e tudo em um só tempo; o fato do óbvio ter passado do outro lado do Rio Guamá foi, com certeza, a conclusão dessa “aula”, ministrada pela coerência coletiva.
Acredito que o genial Amilcar tenha criado centenas de litografias, cada uma mais significativa que a outra; é provável, que não tenha concebido a “Nossa” que estéticamente “Brotou” expontaneamente de mentes também criativas e livres da “Maldade Plagista”. Parabéns a todos.
Ordem oculta, estrutura invisível, cor inexistente, tecnologia da miragem são algumas categorias que explicam essa casual similitude que o Juliano detectou (e que HB e LO, craques em esoterismo da imagem, dominam com maestria e podem explicar melhor). É muito salutar observar esse movimento de criação no Atelier da FAU-UFPA. A propósito, HB, valeu o link do Amilcar pois, além do grande artista, no campo do design gráfico ele foi o responsável pela antológica reformulação do JB, lá pelos anos 60.
O Brissac escreveu que as passagens da imagem, nos dias de hoje, têm essa característica: imagens que também são de consumo, tecnologicamente processadas e em permanente circulação, tendem a certo grau de convergência. Assim, a caixa da impressora HP e a abertura do jornal televisivo Band News têm em comum aquelas bolinhas ligadas por linhas, numa metáfora visual da rede. O desenho do automóvel da Honda, na sua grade frontal, se parece com o desenho de teclas de um celular da Nokia. O histograma, imagem-base da logo da Colcci e do Arte Pará, é um desses temas-coringa. É como a elipse, nos anos 1990. São convergências, e devemos discuti-las, porque mesmo assim são temas férteis.
Será que não foi de propósito essa marca do Arte-Pará?
No fundo o Arte-Pará quer ser grife já que é privado.
Deveríamos ter um Salão Oficial se é que isso ainda seja possível nos dias de hoje.
Achei a marca do Arte-Pará melhor que a da Colcci inclusive ela foi veicula em meio eletrônico e não impresso.
É isso ou estou enganada?