
Em 26 de abril de 2010, após uma semana de discussões por e-mail, o Conselho da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará reordenou a logomarca do antigo DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO — D A U —, criada pelo professor José Daniel Portugal Campbell Penna em 1999, quando o mesmo exercia a função de chefe de departamento.
Campbell faleceu no ano de 2002, aos 51 anos, vítima de uma parada cardíaca em consequêcia de cirurgia repadora no tórax.
O único arquivo deixado por Daniel mostra a marca colorida em efeito relevo provavelmente trabalhada no seu iMac com o objetivo de adornar homepage por ele construída à época ao DAU, hoje indisponível — houve diversas tentativas, malogradas, na busca dessa memória, definitivamente inacessível pela quebra do hard disk da máquina, confirmada por Laura Calhoun: “—Nem Steve Jobs dá jeito!”.
A referência de Daniel Campbell: LUCA BARTOLOMEO DE PACIOLI, monge franciscano autor de DE DIVINA PROPORTIONE, nascido em Sansepulcro em 1445 e morto em 1517.
A nova diagramação que substitui o “D” pelo “F” em “FACULDADE” DE ARQUITETURA E URBANISMO — F A U — homenageia Campbell pelo uso da mesma estruturada fonte por ele escolhida, digitalizada e composta a partir de imagens das versais romanas estudadas por meio de “grelhas” geométricas pelo matemático Luca Pacioli, um tratadista da Renascença italiana.
O maior problema dessa pesquisa foi identificar, exclusivamente pela imagem, o autor do método construtivo dos caracteres empregados no logotipo de Daniel.
A fonte PACIOLI-REGULAR foi desenvolvida pelo designer gráfico estadunidense Matthew Aaron Desmond somente em 2007; 8 anos após a criação de CAMPBELL e cinco de sua morte — percebe-se a diferença entre as letras “U” por eles inventadas, já que o “V” tinha dupla função no latim: vogal e cosoante.
Por 18,95 dólares adquiriu-se as letras vetorizadas por Matt Desmond à sua empresa MADType com o propósito de atualizar a nomenclatura da subunidade acadêmica da UFPA; o resultado prático está no cabeçalho deste blog e é utilizado nos documentos oriundos da FAU.
A tipologia é clássica e fora geometricamente analisada pelo humanista Luca Pacioli em: “…alphabeto dignissimo antico’. Tal alfabeto é uma tentativa de fornecer regras e princípios para a construção das letras que italianos e estrangeiros encontravam ao estudar os monumentos antigos. Pacioli não copiou o único alfabeto conhecido de Damianus Moyllus, publicado em 1480 e nem pôde copiar o manuscrito de Felice Feliciano de Verona, concluído em 1482. O frade é um dos primeiros que buscam proporções e comparações com o corpo humano e que utiliza unicamente a régua e o compasso para ensinar aos seus alunos a reconstrução das inscrições…” (BERTATO, F. M. A “De Divine Proportione” de Luca Pacioli, 2008, p. xvii e xviii).
A simbologia FAU guarda em si o misticismo — ou a secretissima scientia — que Campbell detectou em Pacioli para arquitetar o DAU.

Acesse e traduza do holandês no Google Tradutor: Over de staart van de Q (Na cauda do “Q”), ou apenas passeie pelas imagens dos “Q” ao longo da história, sempre baseados nas cinzeladas das obras públicas romanas; isto o fará compreender melhor a explanação acima.
Ah! você achava que as letrinhas “moderninhas” que você usa vieram do futuro!?!
Venho acompanhando a “reordenação” da Logo da faculdade de arquitetura através do blog HB, inclusive opinando. A fonte e a moldura da Logo sempre me fascinaram e eu fiquei em dúvida na hora de votar: se a preferia com o fundo verde musgo clássico e sóbrio, ou com aquele jogo de luz e sombras para o relevo técnico que constava como segunda opção. Foi legal conhecer a história da criação da Logo nas mãos de D. Campbell (com quem convivi na UFPA) e saber nelas, unidas, uma imagem antiga transmutada pela tecnologia contemporânea. Isso mostra que o que realmente demarca memória e identidade são as formulações com substância; as idéias que atingem aquela categoria que identificamos como “atemporais” e “artísticas”.
A Logo está liiiinda, parabéns!
A Dr.ª Ana Margarida Lins Leal de Camargo é professora da UFPA, atualmente coordenadora do curso superior de Música.
Procedimento semelhante de criação participativa fora feito junto ao Conselho daquela “PRÉ” Faculdade de Música (nível superior) à construção de sua logo: http://musicasuperiorufpa.blogspot.com/ com base na partitura de George Crumb para Makrokosmos 12-2 Spiral Galaxy — feliz escolha da professora Valéria Cristina Marques.
Coincidentemente (ou inconscientemente) a base da criação aproxima-se das proporções áureas vistas na Sequência de Fibonacci (http://fauufpa.files.wordpress.com/2010/09/sequencia-fibonacci.pdf); o que não é citado em seu “memorial” descritivo pela falta de exatidão, um “vacilo” do próprio Chumb.
Saiba mais em http://haroldobaleixe.blogspot.com/2009/05/marca-da-musica-na-ufpa-do-pavilhao.html
Ana Margarida participou de consultas à “opinião dos sensíveis” na concepção final da logo FAU, contudo, sua predileção não foi contemplada na votação oficial do Conselho da FAU.
Assista à apresentação da marca da Música em http://www.youtube.com/watch?v=TOkvVPLh6-E&feature=player_embedded.
Camarmba esse blog tá bombando pra dedéu! E essa viagem desse Danil Campbel? O cara era doido era? Parece coisa de Código Davinci! Fiquei até com medo dele, inda mas que é brujo!