Em foco: Estação Ferroviária da Vila São João de Pinheiro

Ontem, dia 11 de novembro, foi aprovado no Conselho da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA um projeto que mescla pesquisa, extensão e ensino voltados à Estação Ferroviária da antiga Vila de São João de Pinheiro, atual Icoaraci, distrito municipal de Belém.
Tal proposição concorrerá ao Prêmio PROEX de Arte e Cultura 2010.
A equipe — composta pelos professores Cybelle Salvador Miranda (coordenadora), Ronaldo Nonato Ferreira Marques de Carvalho, Ana Léa Nassar Matos; pelo funcionário Fortunato Neto e pela estudante Samantha Sena — fará, como primeira ação, levantamentos à panorâmica da realidade sociocultural , verificando as atuais condições da Estação, última do Ramal Pinheiro da Estrada de Ferro de Bragança.
De modo coloquial a professora Cybelle resumiu ao Blog a intenção do LAMEMO/FAU em atuar no distrito de Icoaraci, apelidado carinhosamente Vila Sorriso:
“Tudo começou com uma atividade proposta no ensino da disciplina Estética, em que uma equipe de estudantes fez um trabalho sobre a antiga Icoaraci, dando destaque à Estação de trem. Depois, eu e Ronaldo Carvalho fomos até lá e tivemos uma reunião com a presidente da COARTI — Cooperativa de Artesãos de Icoaraci —, entidade administradora do espaço. Ela (a presidente) demonstrou muito interesse na iniciativa, principalmente pela insenção política da UFPA, e foi então que elaboramos o Projeto de Extensão, que não tem o objetivo estéril do mero levantamento do centenário edifício, mas, um primeiro passo necessário ao conhecimento do local e das pessoas, registrando depoimentos de moradores antigos (a História oral), bem como, depois, adequar o prédio à função de expositor do artesanato, além de assessorar a Cooperativa na divulgação da cerâmica arqueológica — sobretudo de inspiração marajoara e tapajônica — reproduzida pelos cooperados e; também: nas possibilidades da dinâmica dessa vocação produtiva. A ideia é estabelecer um processo de enraizamento dos valores da comunidade, tendo na Estação uma referência arquitetural e simbológica, passível de mensuração e apoio  cultural de instituições públicas e privadas. O ineditismo do plano está na transdisciplinaridade da atuação universitária vigente. Caso tenhamos êxito no Prêmio PROEX de Arte e Cultura 2010, sua implementação iniciará em janeiro de 2011.”.

No I Centenário das Ferrovias Brasileiras, livro publicado pelo Serviço Gráfico do Instituto Nacional de Geografia e Estatística em 1954, especificamente no capítulo Os Caminhos Ferroviários Brasileiros, escrito pelo engenheiro Flávio Vieira, encontraremos, dentre as páginas 101 e 106, uma panorâmica da Estrada de Ferro de Bragança, extinta em 1965.
Às páginas 12 e 13 há dois mapas relativos às ferrovias do estado do Pará: E. F. Tocantins com 117 km e E. F. Bragança com 294 km.

Abaixo, em JPEG, os trechos que se referem à Estrada de Ferro de Bragança:

 Imagem ampliável para melhor leitura.

Abaixo, em JPEG, os trechos que se referem à Estrada de Ferro de Tocantins, “A menos extensa e pouco conhecida das ferrovias amazônicas…”, também no estado do Pará:

Imagem também ampliável à leitura.

Visite a Biblioteca Virtual do IBGE.

Sobre o Projeto Laboratório Virtual - FAU ITEC UFPA

Ações integradas de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará - em atividade desde maio de 2010. Prêmio Prática Inovadora em Gestão Universitária da UFPA em 2012. Corpo editorial responsável pelas publicações: Aristoteles Guilliod, Fernando Marques, Haroldo Baleixe, Igor Pacheco, Jô Bassalo e Márcio Barata. Coordenação do projeto e redação: Haroldo Baleixe.
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6 respostas para Em foco: Estação Ferroviária da Vila São João de Pinheiro

  1. É importante que encaminhemos e apoiemos as iniciativas dos professores. Deste modo, considero sempre positiva a elaboração dos projetos dos nossos colegas, o que nos fortalece como unidade acadêmica e como espaço de proposição técnica e discussão no âmbito conceitual, o que também tem suas boas repercussões.

  2. Samara Silva disse:

    Achei muito legal que uma universidade federal se envolva com os artesãos de Icoaraci, principalmente com proposta séria e profunda que possa dar frutos futuros sedimentando o que possa ter de melhor em um lugar aprazível onde ainda se dorme a sesta, anda-se de bicicleta, toma-se açaí com camarão e farinha d’água, etc.
    Icoaraci é um paraíso, mas sempre viveu sob o jugo de políticos fisiológicos que adoram maquiá-la com rouge e batom.
    Icoaraci tem pele morena jambo, não precisa de cosmética e sim de viço.
    Torço para que o projeto seja aprovado na PROEX e, como nativa, me disponho a ajudar.
    Moro em São Paulo, filha da Agulha, e não consigo daqui amparar os meus.
    Poderia estar vendendo artesanado amazônico em Sampa, mas a desorganização e a falta de profissionalismo atrapalham tudo para esses trabalhadores que não conseguem muitas vezes cumprir compromissos.
    Vocês viram o Blog da COARTI? Não tem nada lá. Será que ela não será um problema no desenvolvimento da pesquisa e suas ações?
    Espero que a Equipe da FAU desenvolva um bom trabalho e dê maturidade à Vila Sorriso.
    Não conheço a professora Cybelle, mas ela está de parabéns, principalmente pela simplicidade e objetividade de seu texto.

  3. ANAXÁGORAS VIANA DE LIMA FERNANDES disse:

    Eu morreria sem saber que o Pará tinha outra ferrovia além da Belém-Bragança!
    O livro é maravilhoso!

  4. Ronaldo Marques de Carvalho disse:

    Quando criança, em minhas andanças e moradas Paraoaras, vivi um certo tempo na velha Pinheiro, hoje Vila Sorriso de Icoaraci, habitando bem juntinho da Estação e hoje retorno a ela na tentativa de resgatá-la juntamente com uma grande equipe de trabalho emergindo-a do Mar do Descaso que faz sucumbir grande parte do nosso Patrimonio Urbano-Arquitetural.

  5. Bruno Castelli disse:

    Pará, terra do já teve… Estive recentemente em Icoaraci e pude comprovar o lamentável estado da antiga estação de trem. Deu pena ver tão bela estrutura, com mãos francesas em ferro trabalhado, em avançado estado de deterioração. Já nem tem mais a velha locomotiva que lá havia anos atrás. Algum político esperto da Vila deve ter levado para enfeitar os jardins da sua mansão ou então foi vendida para algum ferro-velho. Louvável a atitude dos arquitetos Ronaldo e Cybelle em tentar recuperar a velha estação, espero que a iniciativa não esbarre na má-vontade e descaso dos donos do poder. Sugiro a eles que tentem trazer de volta a velha “Maria-Fumaça”, seja a original ou outra, para ficar em exposição, compondo com o espaço um pequeno museu contando a história da Vila Sorriso, com fotos e outros objetos.

  6. Marcos Venicius Souza dos Santos disse:

    Gostaria de mais informações sobre esta ferrovia. Onde estão as documentações referentes a ela? No Arquivo Público do Pará? Tenho interesse em pesquisar sobre a História desta ferrovia.

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