José Delgado (palestrante) e Thais Sanjad (coordenadora do PPGAU).
Ampliável.
Quem esteve a assistir ontem, quarta-feira de cinzas, a palestra do pesquisador doutor José Delgado Rodrigues, sabe hoje que as pedras sofrem com as ações humanas, pricipalmente com a poluição típica das metrópoles.
Analisando um mapa geológico de Portugal, Delgado afirmou que a grande maioria das edificações e monumentos históricos daquele país foram erigidos com material vindo das adjacências territoriais.
Pedra de Ançã, granito e Lioz foram esmiuçados pelo investigador que utiliza-se de alta tecnologia laboratorial para detectar a saúde estrutural dessas rochas.
A plasticidade dessas matérias pareceu iversamente proporcional à sua durabilidade; a exemplo da pedra de Ançã, porosa e “modelável a canivete”, mas que, sob os efeitos de agentes externos, tende a perder as intervenções artísticas remotas.
Até o igneo granito, distinto das calcárias, pode sofrer alterações em suas características primordiais e ficar “oco”.
O Lioz foi a vedete da conversa; mas há de se entender que exite a variável qualificação compositiva: “boas e menos boas pedras”.
O assunto é interessante e complexo em um só tempo, mas vale saber que a Arte pode ser recuperada e preservada com a razão científica da escala de tempo geológico, evitando que o homem moderno destrua a criação de seus antepassados.
Leia Alteração e conservação das colunas graníticas do caustro do Mosteiro de São Salvador de Grijó, de autoria de José Delgado Rodrigues e Dória Costa.
Artigo retirado de publicação do Departamento de Estudos do IPPAR — Instituto Português do Património Arquitetónico —: Caderno / Ciências e Técnicas Aplicadas ao Património, da página 37 a 44.