Os fragmentos de filmes produzidos pela Ford Motion Picture sobre Belém, aqui editados e publicados como Belém do Pará em 1932 e Belém do Pará em 1932 (2), têm gerado questões de interesse à História da Cidade.
A foto acima, um printscreen de tomada com ponto de vista entre o mercado do Ver-o-Peso e o desaparecido Quiosque-pavilhão, mostra um chalé construído dentro dos limites das muralhas do Forte do Castelo (hoje rebatizado com o nome original Presépio), na Ponta do Maúri.
Em 1997 o arqueólogo Fernando Luiz Tavares Marques, pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi, encontrou referências sobre esse tipo de construção naquela área; eis o que diz o relatório da investigação, à página 27:
Já em pleno século XX, o forte foi cedido para uma companhia inglesa, denominada Port of Pará. Ficou sob a jurisdição desta companhia do dia 3 de abril de 1907 à 20 de novembro de 1920, totalizando 13 anos 7 meses e 17 dias, nas contas de Barroso. (p.57) De acordo com as cláusulas expedidas na resolução que cedeu à companhia inglesa os direitos sobre o Castelo, estava a autorização para a demolição do mesmo, com o compromisso de que ao restituí-lo mantivesse o nível do terrapleno e as muralhas reconstruídas. Em 20 de novembro de 1920, foi o Forte do Castelo entregue novamente às autoridades militares. No seu pátio haviam sido construídos dois chalés de alvenaria. No seu recinto, outro chalé de dois pavimentos. Além dessas construções, a companhia Port of Pará, fez a consolidação de parte da muralha nas medidas de quinze metros de comprimento por onze metros e cinquenta centímetros de altura.
Fonte: Termo de Ocupação (do Forte do Castelo).
Será que a imagem ilustra o que grifamos no texto?
(Leia o Termo de Ocupação para saber os pormenores construtivos do chalé do Forte.)
Então, vejamos a sequência específica, de 09 segundos, no filme:
Ângulo aproximado de visão da câmera ao Forte:
Fabuloso, vocês são fantásticos.
Nunca imaginei que no Forte do Presépio, em um tempo qualquer, tivessem erigido um chalé com dois pavimentos.
E tudo comprovado por documento, o que torna o trabalho de vocês mais valioso e valoroso.
E os ingleses jogavam tênis lá, transformando o Forte num Wimbledon tupiniquim.
Este site vale cada milímetro de leitura.
Parabéns aos editores e ao colabor arqueólogo Fernando Tavares.
Muito bom o material de vocês, parabéns pelas postagens.