Um dia qualquer…, de Líbero Luxardo, é uma mina cultural em tomadas externas e internas que revelam a Belém de 1964-65.
Acima temos um recorte no qual aparecem cenas da boate Maloca, localizada na Praça da República, e da boate do Círculo Militar, no Forte do Castelo.
Hélio Castro, ator principal, quando bem arrumado é passeador das memórias de Carlos; já desalinhado, marcha na angústia da viuvez do personagem.
No início Carlos pede ao motorista do taxi que o leve ao Forte do Castelo, no caminho ele relembra a Maloca, que tem decoração rústica com vedações de taboca e taipa, com mangueira(s) cercada(s) por sua construção vernacular.
Há um certo padrão visual no interior (e exterior) da Maloca, contudo, além da saída à praça, não é possível precisar que a curra à estudante tenha ocorrido em seus arredores.
Zélia Porpino e Alberto Bastos sabe-se: são a estudante violentada e seu irmão que apanha dos três jovens transviados bebedores de Guarasuco — quem seriam esses? reconhecemos o Bill e é possível, pela disposição no cast, que os Ohana sejam os outros facínoras.
Quando Carlos está na boate do Forte do Castelo aparece Sebastião Tapajós acompanhando ao violão uma cantora, quem seria ela? já que o cast revela a participação de duas: Virgínia de Moraes e Marina Monarca.
Como Marina Monarca é a lírica do Ver-o-Peso, resta-nos, na boate do Círculo Militar, Virgínia de Moraes:
Fonte: Música e Músicos do Pará, Vicente Salles. Ano 2007, p. 221.
A boate do Forte, que aparentemente ocupava o mesmo prédio do restaurante do Círculo Militar demolido à Feliz Lusitânia de Paulo Chaves Fernandes, mostra-se um lugar mais sofisticado que a Maloca, tendo seu fechamento em alvenaria com adornos também referentes à pitoresca selva amazônica.
Saiba mais sobre o filme em matérias escritas por Oswaldo Coimbra, entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013, para o jornal Diário do Pará.