É do conhecimento geral que o Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo mantém enquete de opinião aberta na Internet para detectar popularidade dentre os professores do quadro permanente à direção da Faculdade.
A questão é: o que é ser popular?
Coisa dificílima de ser respondida sem um conceito pré-estabelecido ─ e este pode estar entre o simples modo de vestir e a mais profunda base de raciocinar o bem comum.
Eis o efeito colateral da pesquisa: enaltecer simpatias em detrimento às empatias necessárias à complexa tarefa política de dirigir uma faculdade com trajetória coerente e plena harmonia à hegemonia de suas forças componentes: alunos, funcionários e professores.
Infelizmente nenhuma aferição chegará a esse qualitativo porque as cercanias do poder são movediças e enterram o caráter do fraco fazendo-o acreditar-se forte quando morto já está, mesmo que o hiato entre o sinistro e o funeral tenha a duração de uma gestão.
Estar à frente da FAU não requer sorriso colgate, vai além, porque todo dia choverá pedras, uma vez que os interesses dos que a constituem sempre serão conflituosos aos que rolarão do topo da montanha, com o intuito de esmagá-los.
A Lei Nº10.741, que instituiu o Estatuto do Idoso, “… destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.” nos faz acreditar que haja um “prêmio” ao envelhecimento dos brasileiros.
Quantos professores da FAU têm 60 ou mais?
Talvez seja esse o mais importante pré-requisito à função, porque esses docentes impõem respeito de modo natural, tendo ou não os mais altos títulos acadêmicos.
São eles capazes ─ é o que se pressupõe pelo amadurecimento ─ de enfrentar adversidades sem perder de vista o bom senso; e isto significa dizer, em teoria, que podem vencer guerras antes mesmo que elas se desenhem.
Não confundamos idosos com ultrapassados, chamemo-los seniores, porque há juniores há muito afogados em ideologias arcaicas que os impedem de respirar aprendizados consequentes à dinâmica da vida ─ entendamos isto como um alerta axiomático, sem destinatários.
Causa espécie que a enquete do CAAU não revele o engrandecimento de nenhum dos mais velhos professores justamente quando a Faculdade está em júbilo por ocasião do seu 50º aniversário.
É uma perda de oportunidade não os ter como patronos e anfitriões, já que são eles os últimos elos à velha-guarda aposentada que muito tem a nos ensinar antes do inato fim.
Em outras palavra: as eleições à Direção da FAU serão tão complicadas quanto merecerão o ser em suas três categorias indissociáveis; salvo a possibilidade de um consenso, ventilado pela maturidade quinquagenária no rumo dos nossos sessentões.
Haroldo Baleixe.
Professor, será que isto não acontece porque nós votamos pelo que ouvimos falar porque não conhecemos com profundidade os professores?
Caro DM:
Acredito que a responsabilidade em votar para diretor de uma faculdade não seja diferente de outros pleitos que mexerão com a sua vida.
Há necessidade dos alunos entenderem o que é a Faculdade, o que é o Instituto e o que é a Universidade; sem a percepção desse complexo ao qual você está inserido, a possibilidade de escolher mal sempre será alta.
Querendo ou não, todo mundo é bicho político.
Abraço,
Haroldo.
A opinião assinada pelo professor Haroldo Baleixe não reflete nenhum posicionamento do Blog da FAU.
Qualquer professor, funcionário ou aluno tem direito ao mesmo espaço e formato para posicionar-se, desde que mantido o decoro necessário.
Boa, Haroldo! Machado Coelho, meu saudoso avô, dizia que o diabo era sabido não por ser o diabo, mas por ser velho…