Mosqueiro por volta de 1910: 27 anos após a morte de José do Ó de Almeida
Fonte: Solaris Edições Culturais.
Mosqueiro em 1892: nove anos depois da morte de José do Ó de Almeida
Mesmo com a diferença de 18 anos entre o postal e o texto do Correio Paraense a imagem serve-lhe de ilustração:
A praça vistosamente preparada, causava a melhor impressão ao observador, em ver fluctuar ao vento bandeiras multicores, que a adornavam.
O repique dos sinos, o estalar de bastas girândolas de foguetes que fendiam aos ares, o som da musica, a alegre garridice dos fiéis fazia um conjuncto de motivos para abrilhantar a festa.
É curioso como se relata, em 1892, o comportamento social dos belenenses na Ilha do Mosqueiro; o qual, nas devidas proporções, não difere do imaginário atual:
Alegre, folgazã, divertida; esquecendo n’aquele meio os preconceitos de que estão imbuidos muitos dos seus membros; mostrando se despretenciosos e simples; delicados e atenciosos para com todos, sem distinção de classe, emfim, sabendo todos adaptar-se ás circunstancias do meio e da ocasião; salvo os prezumidos e os que, boiando da enxurrada do vicio, collocados por um capricho da sorte a occupar um lugar distinto na sociedade, temem perder o prestigio de que se julgam aureolados, em se mostrarem delicados cortezes e affaveis.
E mais… :
Tem, porem, uma vantagem: ha liberdade, passeia-se francamente, com trajes simples e negligentes, sem dar motivo aos reparos.
As senhoras e meninas, de cabellos soltos e casacos brancos, percorrem todas as ruas á passeio e os homens de paletots de qualquer cor.
*Sobre José do Ó de Almeida ler a sequência:
O equivoco de Ernesto Cruz na biografia de José do Ó de Almeida
José do Ó de Almeida — precursor da fotografia em Belém
José do Ó — o retrato a óleo que Mosqueiro não pintou
A Nossa Senhora do Ó de Mosqueiro foi de José do Ó
Ver também: Mosqueiro — questão de terras; por Rodrigo Salles* (1890); afinal: Rodrigo afirma que José do Ó de Almeida adquiriu da Companhia de Navegação do Amazonas, em 1864, o sítio Pedreira e tal propriedade fora por ele (do Ó) vendida a Antonio Ramos de Oliveira em 04 de fevereiro de 1878.
Do Ó faleceu em 17 de outubro de 1883.
Note que há mais de um coreto, serviam para a apresentação de bandas locais e apresentação de peças para diversão da população .Encontrei diversos artigos escritos por terceiros sobre festividades em nossa ilha. São belas dissertações que nos mostram um pouco da vida festiva da ilha em épocas passadas. visite o blog: http://ilhadomosqueiro.blogspot.com.br