Conjunto gráfico ampliável à leitura e observações
As notas guardam semelhanças e suas datações apenas denotariam demora na transação de locação; todavia, os endereços de onde se poderia alugá-las, na Rua dos Mercadores, tinham numerações distintas: 16 e 43 (o 43 não aparece no jornal); ou seja: os recortes compõem uma cilada porque não se referem à mesma rocinha: a do mais antigo anúncio, de 1871, estava na Estrada de São José, já a de 1873, na Estrada da Independência, junto ao Jardim Mythologico, defronte à estação da Companhia Urbana da Estrada de Ferro Paraense.
Reforçando: a rocinha colada no Jardim Mythologico, situada na Estrada da Independência, era negociada em 1873 pelo próprio dono, Antonio Cardoso da Cunha Coimbra, no sobrado de nº43 da Rua dos Mercadores que sediava sua firma: a Coimbra, Pêgo e C.ª – uma espécie de importadora com armazéns para ferragens e outros produtos… –; já a rocinha da Estrada de São José estava, em 1871, para alugar, nas mãos do advogado Heraclio Vespasiano Fiock Romano, estabelecido em escritório no número 16 da mesma Rua dos Mercadores.
Como um recorte nada tem a ver com o outro, somente o de 1873 pode ser considerado à localização do Jardim Mythologico: Estrada da Independência defronte à estação da Companhia Urbana da Estrada de Ferro Paraense.
Espera-se, com o resultado desta investigação, que não pairem mais dúvidas sobre a publicação Onde ficava o Jardim Mythologico de Belém do Pará? cuja a invariável resposta é Estrada da Independência (defronte da estação da Companhia Urbana da Estrada de Ferro Paraense, em área do hoje Jardim Independência).
Rua dos Mercadores: João Alfredo; Estrada de São José: Dezesseis de Novembro; e, Estrada da Independência: Magalhães Barata.
Postscriptvm (04JAN2017):
O senhor Antonio Cardoso da Cunha Coimbra, como mostra a lista de débito da décima urbana na rua dos Mercadores, ali esteve, no número 43, pelo menos até 1879:
Ei Baleixe, não precisa provar mais nada, porra. Tá tudo nos conformes faz tempo. Cadê postagem nova?
Agradou-me deveras o desmonte que indica a correção urgente na tese para o bem do autor e seu orientador.
E para o bem dos estudantes que pesquisam neste sítio. Ou também a outros que o queiram e o façam.