

O inventário de Bento José da Silva Santos nos dá conhecimento de que ele fora casado, em suas segundas núpcias, com dona Marianna Fernandes da Silva Santos, em regime de separação de bens; entretanto: dona Marianna era proprietária da casa 26, moradia de uma das filhas de Bento, casada com o médico e deputado federal Pedro Leite Chermont, Maria da Silva Santos Chermont.
Isto explica a semelhança de estilos e acabamentos em suas fachadas e o uso do mesmo padrão de azulejos; e que, certamente, foram levantadas junto, já que ambas aparecem na fotografia publicada em 1899.
A relação entre as duas casas pode ser comprovada pelos jornais que noticiaram os velórios de Pedro Chermont em 1911 e de Bento Junior em 1915: Chermont foi velado no Palacete Silva Santos (Nazaré, 28) e Bento Junior na casa da irmã (Nazaré, 26), viúva de Chermont.
Corrobora à tese o fato dos dois imóveis, juntos, serem adquiridos por Antonio d’Almeida Facióla, em data dessabida, mas posterior ou mesmo no ano de 1916, comprovadamente; contudo: a casa térrea foi deixada de herança à sua filha: Inah d’Almeida Faciola (casou-se com Armando Chermont em 1924 e passou a se chamar Inah Faciola Chermont), que a transmitiu aos sucessores, sendo vendida em 1991 à partilha em espécie.
Dizem os familiares de Inah que na casa havia metragem suficiente de Mármore de Carrara para um novo piso e que quem comprou o imóvel teria levado (o mármore) de bônus por desatenção dos herdeiros – nenhuma comprovação disto.
Curiosidade: na lista de pessoas presentes ao enterramento de Bento Junior em 1915 não se vê o nome de Antonio de Almeida Faciola; nem por si, nem por suas firmas; o que pressupõe que Faciola não pertencia ao círculo social dos Silva Santos naquele período – especulação nossa.
Aguardamos a transcrição exata das páginas 05 e 06 do inventário que está sendo feita pelo pesquisador do Goeldi, professor Nelson Sanjad.