Uma análise comparativa entre fotografias publicadas nos PRIMEIRO e SEGUNDO volumes do livro BELÉM – Estudo de Geografia Urbana, de Antonio Rocha Penteado, e os aerofotogramas produzidos pela Serviços Aerofotogramétricos Cruzeiro do Sul S. A. demonstra que tal levantamento aéreo foi executado no ano de 1964 e não em 1965 como publicamos, ainda em dúvida, no mês passado – a postagem foi deletada e as retificações em textos antigos estão em ajustes.
A composição acima demonstra, baseada no aero de 1964, o ponto de vista do fotógrafo em 1965: fundos do Central Hotel, localizado na avenida Presidente Vargas esquina com a rua 13 de Maio (28 de Setembro).
O retângulo vermelho de borda amarela corresponde ao edifício Tivoli, localizado na rua Manoel Barata; à sua proximidade dois edifícios surgem: o Infante de Sagres (defronte) e um na esquina pela Primeiro de Março: o Nuno Alvares – ver comparativo com o Google Earth contemporâneo.
Na mesma proporção que os prédios sobem na foto de 1965, o Reservatório Paes de Carvalho é desmontado; já na foto aérea, que mostra o início dessas obras, o Reservatório está íntegro, com as três cubas e o mirante de ferro.
Há um reforço à tese: o jornal A Província do Pará de 07NOV1964 noticia que as obras de desmontagem do Reservatório iniciaram no dia 06 de novembro, “…sob a supervisão do engenheiro Edmundo Carepa, diretor do DAE – Departamento de Águas e Esgotos…”.
Outra circunstância comprobatória da datação é o casario em processo de demolição em 1965 registrado pela câmera de Penteado; em 1964, essas casas ainda estavam de pé, compondo uma estreita Padre Champagnat em primitiva configuração da Feliz Lusitânia que se expandia; no Círio de 1965 a área ainda mantinha, aparentemente, as duas últimas edificações desse conjunto:
Excelente trabalho do Laboratório. Não conheci a cidade nessa fase pois estive aqui pela primeira vez em 1972. Será muito útil o exame dessas fotos do Penteado, tão bem trabalhadas pelo grupo, para dirimir uma dúvida sobre a existência de uma entrada secundária (ou não) do prédio Solar Barão de Guajará. É plausível que o Barão de Arari não tivesse um acesso para carruagens? Abriria mão de ter uma entrada de frente para a Catedral, igreja dos jesuitas e fortaleza? Ou, justamente, daria as vistas à igreja para ficar de frente para o poder político? Aos pesquisadores uma boa questão para aprofundar.