Jonathan e seu auto retrato sempre guardado em uma mochila com centenas de desenhos — o flash vem junto com a pupila.
Vovó já dizia: “Esse menino é um artista!” (referindo-se a mim, claro); o que intrigava era associar esse “elogio” a outras frases como “Português ladrão! Um grande artista!”, “Divino pão de centeiro; coisa de artista”, “Vida fácil? Dona Rosa, toda puta é uma artista!”, dentre tantas.
Mas isso serviu para compreender que a palavra artista é tão volátil quanto um trapezista e significa absolutamente nada, além do que se queira a ela impingir; uma espécie de coringa dos adjetivos.
Pelos bares da periferia de Belém ainda existem artistas, daqueles que dão o safo à sobrevivência; uns bandidos, outros mocinhos; mas, tudo artista.
O goiano Jhonatan Limas Calwolcante, do jeito que ele próprio escreve, figura essa categoria também indefinida de trabalhadores capazes de mexer com a vaidade alheia — sim, mas só depois que bem lustram seus egocentros, senão, não seriam artistas.
Dar-se brilho no meio da merda é absoluta e verdadeiramente coisa de artista:
“Isto é caricatura, eu intrepreto as pessoas e as reconstruo como eu as entendi e não como elas aparentam ser na vida real e todos só assistem!”.
Toma-te!