O restaurante Bar Condor e suas festas

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 Transcrição da página microfilmada ampliável à leitura.


O colaborador do Blog da FAU, Aristóteles Guilliod de Miranda, médico e escritor,  nos enviou mais duas fontes primárias que se reportam ao Bar da Condor (ou Bar Condor):
A primeira, de janeiro de 1939, noticia que “… brevemente será inaugurado o novo restaurante ‘Bar Condor’… “; a segunda: refere-se a “Uma festa simphatica na ‘Condor'”, já em setembro do mesmo ano.
As duas notas, somadas à que ilustra a postagem: Os boêmios da Condor no final dos anos 1930, de julho de 1939, mostram que o Bar da Condor fora inaugurado em meados daquele ano — falta-nos a data precisa — , sem vestígios de uma zona de prostituição.
Há de se pedir desculpas aos leitores do BF, pois na postagem Os boêmios da Condor no final dos anos 1930, acreditamos que apenas homens ditassem a moda do menu daquele restaurante; houve um equívoco, pois a mme. (madame) tenente-coronel Othelo Franco, mesmo que destituída de seu próprio nome, chegou a simbolizar o frio guaraná Soberano.
Também as senhorinhas da melhor sociedade iam à Condor para dar de esmola saquinhos de bom-bons e doces  às creanças pobres da redondeza.
Curiosa a oferta do comerciante sr. Manoel José Cardoso: uma única moeda de 5.000 Réis que, mesmo de prata, possivelmente não desse para comprar os ovos estrelados  do dr. Hugo Santos.
O texto, além de revelar a estratificação social dos frequentadores dessa grande festa popular e a miséria circunvizinha,  mostra que à classe trabalhista estava reservada a ponte para um baile ao ar livre animado por uma banda marcial, que mesmo sustentada com dinheiro público, fazia parte do pacote  oferecido pela mulher do comandante do 26º Batalhão de Caçadores do Exército que, possivelmente, deliciava-se, abrigada no Bar, ao som de uma oschestra.
A Condor, recanto do meretrício em Belém do Pará minguante nos anos 1990, não possuía tal perfil quando o Bar fora inaugurado; contudo, a “caridade” ceia das moças, pode esconder o marco desse comércio sexual.

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A moeda de 5.000 Réis, lançada em 1936, é ofertada hoje, por alguns vendedores, por 15 Reais no Mercado Livre.

Sobre o Projeto Laboratório Virtual - FAU ITEC UFPA

Ações integradas de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará - em atividade desde maio de 2010. Prêmio Prática Inovadora em Gestão Universitária da UFPA em 2012. Corpo editorial responsável pelas publicações: Aristoteles Guilliod, Fernando Marques, Haroldo Baleixe, Igor Pacheco, Jô Bassalo e Márcio Barata. Coordenação do projeto e redação: Haroldo Baleixe.
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