A página 17 da Noite Ilustrada de 28 de junho de 1933 traz esta fotografia acompanhada da nota O novo mercado de arrabalde à Avenida 22 de junho, inaugurado pela Prefeitura.
O Mercado da Cremação ficava na esquina da 22 de Junho (hoje Alcindo Cacela) com a São Miguel — reparando bem é possível ler Casa São Miguel nas fachadas do canto.
Hoje no local está a Unidade de Educação Infantil CREMAÇÃO da Prefeitura Municipal de Belém; contudo: RUMA* Albuquerque, morador antigo do bairro, chama atenção ao alinhamento desse (novo) prédio que segue a fachada do antigo Forno de Cremação, obra da Intendência de Lemos publicada no Álbum de Belém (1902).
Ruma recorda que o recuo do prédio era suficiente à montagem de uma feira livre na calçada; o que nos faz supor que o Mercado da Cremação obedecia ao afastamento da antiga Sucursal do Corpo de Bombeiros Municipais, construída, cronologicamente, depois do Forno e com fotografia publicada em relatório de Lemos (1906).
Esse alinhamento ganha credibilidade quando se observa a semelhança arquitetônica entre o Mercado da Cremação e a Sucursal dos Bombeiros (hoje Comando de Missões Especiais da PM): como se Abelardo Condurú, quando prefeito na primeira interventoria de Magalhães Barata, quisesse retomar algum plano de Antonio Lemos.
Tentaremos explicar o dito por imagens:
Acima, nas fotografias antigas, a configuração imaginária de uma face do quarteirão, a da 22 de Junho (Alcindo Cacela), compreendida entre a antiga Conceição (Fernando Guilhon) e São Miguel.
A marcação do Mercado da Cremação no Google não obedece à escala, mas a proporções estimadas.
A fotografia acima, retirada da página 303 do segundo volume de Belém — Estudo de Geografia Urbana (1968) confirma o que disse Ruma sobre o recuo à feira livre que, em sua memória, passou aos fundos do prédio, projetando-se à 9 de Janeiro.
O jornal O Liberal de 28 de maio de 1947, quase quinze anos após a inauguração do Mercado da Cremação, dá a dimensão da oferta diária de Carne Verde, Peixe e Vísceras nesse próprio da Prefeitura Municipal de Belém.
*RUMA — Rui Mário Cruz de Albuquerque.
Colaboração: Igor Pacheco.
Os prédios são muito parecidos, praticamente iguais.
Não seria um prédio feito pelo Lemos e reaproveitado para mercado pelo Condurú?
Essa hipótese é fácil de ser comprovada: o prédio, se construído na Intendência de Lemos, deve estar citado em um de seus detalhados relatórios.
Todos eles estão publicados em Os Relatórios de Antonio Lemos.
Confiou-se nos termos novo mercado e inaugurado que constam no periódico de 1933.
Também considerou-se que no período da intendência de Lemos não havia demanda suficiente à construção de um mercado naquela área; muito menos outra edificação próxima ao Forno Crematório que não a da Sucursal dos Bombeiros Municipais.
Saudades lembro muito da minha infância junto com meu pai fazendo as compras nesse mercado, lembro que onde é o complexo da cremação era um terreno onde os circos se apoiavam para apresentar seus espetáculos.
Eu tinha 7anos quando comecei a trabalhar com meu pai Manoel Francisco Menezes da Silva na feira do mercado,,,,,saudades