Igor Pacheco, editor do Fragmentos de Belém, publicou três fotografias do ano de 1902 estampadas em números distintos da Revista do Norte (números 19, 20 e 21); nelas se pode ver a Estrada de São Brás (hoje Brás de Aguiar), o portal da Villa pela Brás e a dimensão do empreendimento pela Estrada da Constituição (Gentil Bitencourt).
A Villa Operária Mac Dowell, pelo menos até o Balancete de 31 de março de 1897 da AMAZONIA Companhia de Seguros Terrestres e Marítimos, não mudara de nome.
Não sabemos, ainda, se a Amazonia comprou, além das 42 casas da Companhia Constructora Paraense, o terreno contíguo à expansão da Villa dando prosseguimento a novas casas e aos portais.
Percebe-se, in situ, que as residências internas tem tipologias diversas: são menores e mais baixas, mas se harmonizam pelos relevos aplicados às fachadas ou pelas ferragens de adorno e função:
As fachadas da esquina da passagem Rio Branco com a Doutor Moraes e casas da passagem Cinco de Abril.
Lojas da Brás de Aguiar, entre a passagem Mac Dowell e a travessa Doutor Moraes, revelam suas origens nas moradias da mais que centenária Villa Operária.
O mesmo painel circular de ferro que servia à ventilação dos porões das casas mais altas era utilizado acima das janelas nas residências baixas.
Observamos aos leitores que estamos em fase especulativa diante dos dados que possuímos; portando: é impossível afirmar onde iniciou e parou a obra da Constructora de Antonio Lemos e sócios, bem como o que a AMAZONIA lá implementou depois de 1896.
As três fotos da Revista do Norte:
As imagens de 1902 — seis anos após a Villa Operária Mac Dowell ser adquirida pela AMAZONIA Companhia de Seguros Terrestres e Marítimos — apresentam as seguintes legendas, segundo Igor Pacheco: “Villa Garantia da Amazonia. Lado Oriental. Propriedade de Garantia da Amazonia”; “Villa Garantia da Amazonia. Lado Occidental. Propriedade de Garantia da Amazonia”; “Villa Garantia da Amazonia. Avenida Central”.
Postscriptvm:
A questão levantada por Igor Pacheco parece não se aplicar à compra da Companhia Construtora Paraense, esta pela AMAZONIA Companhia de Seguros Terrestres e Marítimos; a sociedade Garantia da Amazônia e a Amazonia Companhia de Seguros coexistiam em 1899.
Alguma fusão pode ter concorrido ao rebatizado da Villa Mac Dowell para Villa Garantia da Amazonia como publicou a Revista do Norte; entretanto: há documento aqui publicado que a contradiz.
As escrituras públicas dessas residências podem esclarecer a origem das propriedades.
Frequentei muito essas “vilas’ nos anos 1960, onde moravam amigos da família Neiva, Hilton Menezes e outras. Nesse tempo, já havia casas como estão hoje, com pequeno afastamento para jardim e mureta de alvenaria com arremate em grade de ferro. Não sei se essa tipologia foi construída em outra etapa, e em localidade expandida daquela mostrada nas fotos, da qual ainda existem resquícios. Trabalho interessante HB.