Foto de ultraleve: Paulo Sucazas*
Na postagem Especulações sobre a origem do Chalé de Ferro da FAU seguimos um raciocínio que colidiu com as características de estandardização do Chalé de Ferro remontado na UFPA; uma avaliação técnica especializada anula ou ratifica a possibilidade de tal edifício ser anterior à República, ou mesmo à Société Anonyme des Forges d’Aiseau.
Bem… como livre pensar é só pensar, sigamos a checar informações que esclareçam o que chamamos de imbróglio — a estranheza de Gustav Grüner só ter a propriedade do referido chalé em 1898:
O capitalista português José Joaquim Saraiva de Miranda pôs a fazenda (sítio) de Queluz à venda por representação outorgada a Caetano Antonio de Lemos, seu genro, em 1875; entretanto, em O Liberal do Pará publica, de Lisboa, a nota Substituição de Procurador datada de 7 de setembro de 1878, constituindo desta vez como seus representantes legais no Pará os illms. srs. Barros Lima & C.ª e Coelho & C.ª.
A curta notícia é relevante porque declara que todas as procurações que havia passado ao illm. sr. Caetano Antonio de Lemos, do Pará, ficam de nenhum effeito, inclusive a q’ lhe havia passado para a venda dos terrenos da fazenda “Queluz” á praça da Independência (vulgo São Braz); sem olvidar a composição da sociedade de um dos novos procuradores: Coelho & C.ª (Officina de carpintaria e serraria a vapor): os portugueses Antonio Coelho Moreira e Manoel Caneceiro da Costa mais o cidadão americano Augusto Ordine.
Antonio Coelho Moreira, salvo a remota possibilidade de homônimo, seria o proprietário do Chalet de Ferro situado na travessa Dous de Dezembro (depois estrada do Generalíssimo Deodoro); tal chalé foi desmontado e remontado no Bosque Rodrigues Alves em 1985:
Foto de Antonio Athayde linkada ao original
Do mestre (construtor) Antonio Coelho Moreira se pode colecionar notas de periódicos desde 1867 até sua ida definitiva para Portugal em 1897; nelas consta seu endereço como um marco de Belém: Chalet de ferro do sr. Coelho pelo menos desde 1893, exatamente quando o Chalé de São Brás (Queluz) fora anunciado à venda pela primeira vez; em 1896, ano em que esse equipamento foi a leilão e supostamente arrematado por Gustav Grüner com comprovação da propriedade em 1898, o chalé do sr. coelho tem a serventia de localizar um Terreno em Nazareth: “fronteiro” ao dito.
Desse modo se pode estabelecer uma conexão fiável entre dois dos três chalés belgas: o da UFPA e o do Bosque Rodrigues Alves (remontados nesses lugares).
Por ora não há noção dos limites da fazenda (sítio) Queluz, contudo, se ela se estendia na direção norte há a possibilidade de o chalé de ferro conhecido como da Imprensa Oficial — hoje desmontado e sob os auspícios da UFPA — ter sido erigido em seus domínios, o que daria sentido à existência dessa trinca arquitetônica portante.
*Fotografia retirada de Arquitetura do Ferro Memória e Questionamentos de Jussara Derenji (organizadora) publicado pela UFPA em 1993.
Consultar Fontes.
Ler Especulações sobre a origem do Chalé de Ferro da FAU
Este chalet foi doado pelo proprietario para a sociedade beneficiente portuguesa .. ticava ao lado do hidroterápico e foi alugado por muitos anos para Alfredo Martins irmão mais velho de Carlos Martins proprietários da Agencia e Livraria Martins. Alfredo era meu pai moramos ali mais de 12 anos… muita história na minha memoria…. depois de nós foi alugado para um Freire e também para Diogo Campbel Pena do instituto do açucar e do alcool … depois houve um incéndio no hidroterápico e desalugaram o chalet e depois o doaram para a prefeitura que o tranferiu para o bosque não refazendo um aumento em alveneria que meu pai tinha acrescentado nos fundos. …
Estou com 77 anos e já não lembro de tudo…