Ampliável à percepção de detalhes
Em O índio de bronze dos Grandes Armazéns Guarany em 1911 mostramos uma rara imagem (clichê de jornal) da fachada dos Grandes Armazens Guarany em que o índio posto sobre pedestal à inauguração da Praça Brasil como monumento público no Dia do Trabalho de 1933 aparece em seu nicho (provavelmente) original.
As imagens do Google View (2015) do mesmo prédio — um dos imóveis atualmente ocupados pela popular loja Casa Cheia — revelam que as duas cantoneiras que serviam de base à escultura em bronze lá permanecem; entretanto, deslocadas, no plano do frontispício, para cima, na altura do segundo pavimento.
Por qual motivo e em que momento, no intervalo de 22 anos, houve (se realmente houve) essa modificação no posicionamento do Índio Guarany?
Será que o arredamento da escultura não enfrentou problemas técnicos que ensejaram em sua doação à Prefeitura de Belém?
O engenheiro mecânico e fazendeiro Getúlio Bonneterre Guimarães (71 anos) tem lembranças dos Grandes Armazéns Guarany (sem o Guarany, claro), lugar que frequentava com o pai no final dos anos 1950: certamente não era um estabelecimento comercial qualquer, pois lá eram vendidos os afamados cataventos Dempster fabricados em Nebraska, nos Estados Unidos da América do Norte; o nome dos armazéns vinha gravado no leme do equipamento:
Um leme de Dempster modelo 1945 sem gravação de importadores
Chamou-se atenção ao catavento para salientar que as ferragens negociadas nos Grandes Armazéns Guarany alcançavam porte superior às cantoneiras que sustentavam o Guarany — estas possivelmente de catálogos estrangeiros; quiça: Macfarlane, como aparentam ser as balaustradas do edifício.
Localização dos Armazéns Guarany no Google Maps.
“Casa fundada em 1847”