Em O Ver-o-peso de Dona Lourdes Holanda tomamos conhecimento da existência de um posto de combustíveis de bandeira ATLANTIC localizado no Largo do Carmo destinado à venda de óleo diesel às embarcações — ou prioritariamente a estas.
Recentemente, a partir de registros fotográficos feitos em 1973 pelo médico Roberto Serra Freire, observou-se a presença de uma placa em precária edificação de fachada projetada à travessa do Carmo (Dom Bosco) com fundos à escadaria de acesso a um trapiche/ancoradouro na foz do rio Guamá:
Fotogramas do filme Um dia qualquer de Líbero Luxardo (1964-65) mostram a ausência do ATLANTIC no topo da escadaria de conexão ao porto — não há nem sombra do posto.
Dulce Rosa Rocque, moradora do Largo do Carmo e colaboradora do BF, enviou-nos um postal mais remoto pertencente à fototeca do IBGE — possivelmente da virada dos anos 1930-40 — no qual inexistem construções que interrompam a vista às margens ribeirinhas no final da travessa do Carmo (Dom Bosco).
Dulce acredita, a partir de informações de vizinhos, que o Posto Atlantic do Carmo tenha falido no ano de 1975 dando origem à ocupação desordenada da beira do rio em consequência do não pagamento do seu vigia que trouxera, do município de Igarapé Miri, um a um os parentes que se estabeleceram na área.
Em 1966 era estudante do Carmo, vestibulando, e entrava pela portaria do colégio ao lado da igreja e em frente à praça. O Diretor era o bom bebedor de vinho, o velho gente boa, italianão, padre Grismond. Não tenho na memória nenhuma presença desse posto Atlantic. A placa, é possível que lá estivesse sem que eu a tivesse notado. Mas um posto de gasolina, se lá houvesse, seria notado certamente. Então é provável que o posto tenha desaparecido antes desse ano.
Ou construído depois de 1966; já que entre 1964 e 65 ele não existia, como mostra Líbero Luxardo.
Foi o que me contaram, inclusive com detalhes… com historias de paixões, fugas, chifres, kkkk de tudo. Mas a realidade é que essas palafitas cresceram e nem todas melhoraram. Nasceram e cresceram crianças que hoje já fizeram outras crianças que continuam ocupando um espaço que… era rio e que virou rua que os políticos não vêem.
Eu também estudei no Colégio do Carmo em 1977 e tinha uma história do padre sem cabeça… que ficava no alto da Torre da Igreja.