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É curioso observar que um exemplo de garrafa do achado submarino guarda bastante semelhança com algumas amostras que surgiram na escavação tratada na postagem O passado de Belém emparedado e enterrado.
O desenho e o punt (a concavidade do fundo) têm linhas bastante aproximadas:
É óbvio que essa coincidência formal não é suficiente para revelar a história que está detrás daquela ruína aprisionada horizontal e verticalmente; mas compõe uma série de indícios que podem ou não descartar hipóteses sobre o modo de vida naquela residência (e/ou comércio) e seu entorno.
Talvez um expert na produção de garrafas, baseado na foto acima, diga: “bobagem: até hoje esse recipiente vítreo é fabricado!”; isso só reforça o grau de dependência e cumplicidade que a Arqueologia da Arquitetura mantém com as diversas áreas do conhecimento.
A MOËT & CHANDON, fundada em 1743, produz, atualmente, garrafas de champanhe com 375ml de conteúdo; a encontrada no estacionamento tem capacidade para 400ml de líquido (25,5cm de altura).
PostScriptum em 02 de dezembro de 2011:
O professor Fernando Marques confirmou que a garrafa fora confeccionada de modo artesanal, por sopro, o que denota a sua antiguidade; só não se pode afirmar, com exatidão, o que ela contivera.
O objeto foi entregue ao pesquisador e será catalogado no acervo arqueológico do MPEG.