Febre Nostálgica, a enfermidade da Belém Virtual

O Facebook, moda que substituiu o velho Orkut, é uma piscina rasa; se fosse um oceano, tornar-se-ia tedioso para os relacionamentos atuais.
É a congregação de milhões de microblogs, tal qual o Twitter, com serviços “essenciais” que justificam a compra das novas parafernálias da comunicação, “supranecessárias” à virtualidade da virilidade (no sentido de energia) pessoal.
Esse ponto de encontro — muito mais badalado e popular que qualquer lugar real como foram o Terrace do Grande Hotel, Papa Jimmy, Signos Club, Camel Dance, Pipoca da AP, Gato e Sapato, Boss, New Wave, Lapinha, Tip-Top, Cairú, Cosanostra, Estação das Docas, et caetera e tal… — tem provocado uma epidemia por imagens antigas de Belém; o que é saudável à cultura local; contudo, em nada ajuda quando as referências inexistem ou são completamente equivocadas ou propositalmente negligenciadas.
Um bom exemplo disso é a comunidade Nostalgia Belém que está aglutinando um número significativo de estampas da Belém do passado que há muito estavam espalhadas pelo já demodê cyberspace — sempre há novidades, claro, mas a maioria dos internautas fecebookeiros tem preguiça de catar e digitalizar seus próprios (para reforçar) álbuns de família; talvez neles esteja o verdadeiro tesouro e não nas páginas alheias pilhadas sem citação.
Fotografia virou “figurinha” e todo mundo já tem, ao menos uma, repetida.
Tomemos, como remédio, a consciência de não banalizar as imagens do passado de Belém, pois quem as capturou, merece o respeito da nossa História; senão, pelos menos, que tenhamos apreço pelas circunstâncias que as envolveram.

Postagem por sugestão do editor chefe, Jaime Bibas.

Sobre o Projeto Laboratório Virtual - FAU ITEC UFPA

Ações integradas de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará - em atividade desde maio de 2010. Prêmio Prática Inovadora em Gestão Universitária da UFPA em 2012. Corpo editorial responsável pelas publicações: Aristoteles Guilliod, Fernando Marques, Haroldo Baleixe, Igor Pacheco, Jô Bassalo e Márcio Barata. Coordenação do projeto e redação: Haroldo Baleixe.
Esta entrada foi publicada em Belém, Fotografia, Fotografia antiga. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

4 respostas para Febre Nostálgica, a enfermidade da Belém Virtual

  1. Dinah Tutyia disse:

    “Tomemos, como remédio, a consciência de não banalizar as imagens do passado de Belém, pois quem as capturou, merece o respeito da nossa História”

    Esta postagem foi perfeita!

  2. Obrigado pela citação de nossa Fanpage. Concordo com o que você fala no post acima, e, tomamos a seguinte atitude: fotos com os seus devidos créditos. A intenção da página é apenas resgatar a memória de Belém, que anda esquecida durante anos. Recebemos uma média de 10 fotos por dia das mais diferentes possíveis, e, na maioria das vezes, fotos já conhecidas.
    Fotos que não possuem crédito, deixamos em aberto, para quem quiser falar e comentar ficar à vontade. Informações também são bastante valiosas, haja vista que acaba acontecendo equívocos de datas ou de quaisquer outra informação.
    Além do mais, esse é um trabalho colaborativo que não ganhamos nada em troca, apenas a Nostalgia e a lembrança de um tempo bom. Parabéns pelo blog.
    Robson Santos
    Nostalgia Belém.

    • fauitec disse:

      Caro Robson:
      A iniciativa do Nostalgia Belém é extremamente louvável e merece aplausos.
      É um apelo popular que, com certeza, dará resultados positivos à nossa cultura.
      A postagem chama a atenção para que os facebookeiros visitem seus próprios álbuns de família e os franqueiem na net evitando a difusão de “figurinhas repetidas” com parâmetros equivocados que confundem os internautas.
      De todo modo essas arrestas acabam por ser aparadas nas próprias discussõs do Face que, na essência de rede social (vitual), necessita dessas polêmicas.
      Esperemos todos pelos benefícios que o NB, sem dúvida, trará; inclusive para elucidar questões que o Blog da FAU levanta.
      O Facebook é tão democrático quanto os bonds o eram para Machado de Assis.

      • Inclusive falo como um fã deste blog e outros que devem ser divulgados como o do Haroldo Baleixe, Fragmentos de Belém, Pelas Ruas de Belém e todos que fazem uma verdadeira captura de imagens e dados. Parabéns a todos pelo trabalho bastante dedicado.

Deixe uma resposta