CLIPPERS: a fotografia que confundiu a pesquisa

Clipper 1 - duplicado final dos anos 1940
Foto do final da década de 1940 erradamente considerada como de 1935.

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Laje e viga, no detalhe,  interrompem visualmente a continuidade do poste.

A investigação pública, com profícuo auxílio dos internautas, feita pelo Blog da FAU sobre CLIPPERS, foi atrapalhada, sobremaneira, pela fotografia acima.
A imagem, integrante de um conjunto envelopado datado de 1935,  induziu interpretações equivocadas de outras fotos, retardando conclusões óbvias.
Na realidade, o pacote de registros é do final da década de 1940, possivelmente no ano de 1949.
O que temos acima estampa o CLIPPER defronte à Praça do Relógio já duplicado na gestão de Alberto Engelhard (1943/1945).
No detalhe podemos observar um ônibus escuro nele estacionado, à esquerda; por trás, o poste, que permite entender que há laje e viga sobre seu teto.
A “lupa de Holmes” pode garantir que o poste é o mesmo que protagoniza CLIPPER Nº1: quanto custava um poste na 2ª Guerra?.


Postscriptvm (o1/11/2014):
Acompanhe a evolução da pesquisa pelo SUMÁRIO que dá acesso às postagens sobre CLIPPERS até 24/10/2014.
Algumas informação contidas nesta postagem podem ter caído por terra em consequência da aparição de novos registros documentais.
Não fazemos nenhuma reparação nos textos originais, apenas colocamos esta nota ao final das publicações cobertas pelo período do resumo.
Aprendamos com os nossos erros.

Sobre o Projeto Laboratório Virtual - FAU ITEC UFPA

Ações integradas de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará - em atividade desde maio de 2010. Prêmio Prática Inovadora em Gestão Universitária da UFPA em 2012. Corpo editorial responsável pelas publicações: Aristoteles Guilliod, Fernando Marques, Haroldo Baleixe, Igor Pacheco, Jô Bassalo e Márcio Barata. Coordenação do projeto e redação: Haroldo Baleixe.
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4 respostas para CLIPPERS: a fotografia que confundiu a pesquisa

  1. Paulo Andrade disse:

    É muito louvável a pesquisa do colega Haroldo Baleixe. Imagino que a verdade procurada é a cronologia de implantação dos clippers que, parece, tiveram um único projeto que foi depois copiado e reproduzido e, talvez, até deturpado. Pediria ao colega que fizesse, afinal, um resumo cronológico do que foi apurado porque o assunto está ficando difícil de entender, sobretudo pela ancianidade das fotos que, no vídeo, não são suficientemente claras. Afinal, qual é o clipper no. 1? Quais os que vieram depois e respectivos locais? Agradeço.

    • fauitec disse:

      Paulo Andrade:
      O que se concluiu, até o momento, é que o primeiro CLIPPER, só chamado de Nº1 quando proliferado e popularizado o modelo, ficava defronte à Praça do Relógio, servindo de abrigo aos passageiros dos bondes e posteriormente aos dos ônibus que surgiriam como nova opção de transporte urbano, ditos mais “modernos e seguros”.
      Acreditamos, ainda sem comprovação, que ele apareceu na administração de Abelardo Condurú na PMB e José Carneiro da Gama Malcher na interventoria federal no Pará.
      Esse pequeno CLIPPER ficava no centro da Avenida Portugal fazendo confluência com a João Alfredo, ocupando a parte direita do quarteirão – se olhado da referida praça; contudo, ao que tudo indica, sofreu uma reforma na gestão de Alberto Engelhar, prefeito de Belém entre 1943 e 1945, que o rebateu, duplicando a construção em direção à baía do Guajará, projeção à 15 de Novembro.
      Pelo relatório de Engelhard o segundo CLIPPER, não sei se “deturpado”, mas de desenho arquitetônico bastante distinto, foi erigido na Avenida Portugal, também no centro da via, defronte à 13 de Maio; nessa mesma época surgiram os abrigos da Castilhos França e da praça Floriano Peixoto, em São Brás; havia projeto à Parada de ônibus do largo das Mercês e mais dois CLIPPERS com postos de combustível ao redor da Praça do Relógio, esses últimos, por observação de uma folhinha de 1952, não chegaram a ser realizados na gestão Engelhar e até 1951 não estavam lá, não se sabe se a promessa das Mercês foi cumprida.
      CLIPPER com aparência de hidroavião, certamente o motivo do nome em inglês, só o número um, antes da reforma; os demais carregaram o apelido por ter virado sinônimo de PARADA (abrigo com serviços) em Belém, distritos e cidades do interior do Estado.
      O uso do termo CLIPPER para esse tipo de equipamento urbano é tipicamente paraense, uma vez que não foram encontradas referências que desdigam isto.
      Deu para melhorar a compreensão?
      Haroldo.

      • Paulo Andrade disse:

        Esclarecimento apropriado.
        Obrigado.
        Siga em frente e, se for possível, encontre a origem do termo “clipper”, palavra que, supostamente, seria uma alusão aos aviões que pousam na água, tipo catalina, o que não me parece exato, visto que ainda não percebi nenhuma semelhança.
        Fazendo procuração, encontrei em http://www.dicionarioinformal.com.br/clipper/ é “Navios à vela de grande calado, com 3, 4 e até 5 mastros, usados entre 1810 e 1870. Tinham grande velocidade mas pouca capacidade de carga, por isso eram usados no transporte de passageiros, correio e cargas valiosas e leves , como o chá e especiarias. Os clippers batiam todos os recordes de velocidade na sua época.”.
        Eu encontrei também, que trata-se de “navio veloz” assim como em vários outros endereços.

  2. fauitec disse:

    Paulo Andrade:
    Querido amigo, acesse o link http://fauufpa.files.wordpress.com/2014/05/eee.jpg; nele você verá, no topo, uma propaganda da NYRBA, companhia aérea incorporada pela PAN AM após a queda da Bolsa de Nova York; a NYRBA voou por Belém ainda no Governo de Eurico de Freitas Valle (1929/1930), assim está dito em seu relatório de governo.
    Nessa propaganda a própria NYRBA estabelece a correlação entre os hidroplanos e os veleiros que fizeram frente, por sua autonomia no transporte veloz de cargas e pessoas, aos barcos a vapor, daí o nome CLIPPER ser usado pelos hidroaviões porque tinham capacidade de armazenar muitos litros de combustível e voar longe.
    O Consolidated PBY Catalina foi idealizada para uso militar na Segunda Guerra Mundial e 22 aeronaves desse modelo operaram na Força Aérea Brasileira para rastrear submarinos do Eixo; no pós-guerra passaram a operar buscas, salvamentos e transporte de cargas em regiões remotas, principalmente na Amazônia.
    A pesquisa foca os hidroaviões que voavam e amerissavam em Belém durante toda a década de 1930, no pré-guerra; essa intimidade dos belenenses com as máquinas de voar, possivelmente – porque é uma hipótese -, propiciaram dar o nome de CLIPPER à primeira PARADA, abrigo com serviços, em estilo déco que ainda serviu aos passageiros dos bondes, fato aqui comprovado por fotografias.
    OK, BRO?
    Haroldo.

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