Em Asylo do Tucunduba — a edificação de 1866 e sua ampliação em 1885 fora questionado se os necessarios concertos naquelle lasareto para o fim de servir de hospicio aos alienados aguardaram 12 anos à execução (de 1873 a 1885)?
O Jornal do Pará 21JUL1872, enviado por Ricardo José Condurú — pesquisador e morador daquele setor do bairro do Guamá —, supre o hiato da publicação anterior e dá luz à questão:
O Diário de Belém 18NOV1869, reproduzindo requerimento do deputado José do Ó de Almeida à Assembleia Provincial, delata que (o predio) se acha desocupado e a estragar-se; assim esteve por pelo menos quatro anos, tanto que o Jornal do Pará 05DEZ1872 revela a autorização dada ao engenheiro Antonio Joaquim d’Oliveira Campos a mandar executar a obra do vigamento do assoalho, orçada em 174$000 rs — pelo visto tal serviço e material estariam fora da proposta feita pelos artistas José Domingos da Silva, Antonio Simplicio da Paixão e Raymundo Luiz da Silva, aceita pelo governo provincial (Jornal do Pará 28SET1872) às devidas adaptações ao cárcere dos ditos dementes no logar Tocunduba.
Tais mudanças que transformariam o prédio do Lazareto de Bexigosos, construído pelo governo imperial em 1866, no Hospicio de Alienados de 1873, caracterizavam-se pela edificação de alicerces de pedra e cal e paredes de alvenaria que subdividiram as duas enfermarias originais em 10 cubículos de 14,18m² com 10 janelas gradeadas em ferro e 10 portas de acapú feitas em forma de portas de prisão.
No esquema do topo, à esquerda, arriscou-se uma representação pressuposta do Lazareto dos Bexigosos (azul 1866) e sua ampliação no sentido leste (vermelho 1885) já como Hospício de Alienados desde 1873, dando à frente hipotéticos 10 metros — número redondo e média das fachadas das duas enfermarias que se tem em fotografias — e subdividindo a área total de aproximadamente 430m² em dois retângulos: um de 10 por 18m (1866) e o outro de 10 por 25m (1885) perfazendo 43 metros longitudinais do hospício que conteria a partir de 1873 vinte celas, sendo no primeiro dez de 14,18m² e no segundo dez de 12,47m² .
Os dados, por ora, são insuficientes ao leiaute do Hospício de Alienados do Tucunduba entre 1873 e 1885; todavia, sua compleição seria térrea com assoalhos suspensos de madeiramento apoiado na própria alvenaria e em castellos de tijolos tal qual na concepção do mestre pedreiro, empreiteiro e encarregado de obras, cidadão português Manoel Antão de 44 anos, em 1866 (ou seja: não teria porão habitável como na enfermaria de 1916 que deixou ruínas visíveis no Guamá):
Exemplo real de porão semelhante ao do Hospício de Alienado no Tucunduba