As imagens acima, desordenadas em relação à publicação de 1904, mostram as atividades do Instituto Lauro Sodré (Eschola Profissional do Estado) tanto no edifício principal, quanto em seu anexo construído em madeira às officinas.
O Instituto Lauro Sodré ocupou o complexo do Marco da Légua ainda inacabado, em setembro de 1899, no governo Paes de Carvalho e obteve incentivos (investimentos) do subsequente Augusto Montenegro — era rentável ao Estado.
Na realidade o prédio do Instituto Lauro Sodré no bairro do Marco da Légua teve sua construção anunciada em 1893 e sua pedra fundamental lançada em 04 de julho de 1894 pelo governador Lauro Sodré; seria uma das três ostentações republicanas: o Novo Collegio do Amparo (Gentil Bitencourt), a Penitenciária e o Instituto Paraense de Educandos Artífices — Paes de Carvalho mudou o nome para Instituto Lauro Sodré antes da transferência deste de casas alugadas na Estrada da Independência à sede própria na Estrada de Bragança.
O Instituto Paraense de Educandos Artífices fora criado ainda sob a égide do Império, em 1872, instalando-se na chácara do comendador Manoel Antonio Pimenta Bueno em prédio insuficiente à sua finalidade e demanda que se foi demolindo na proporção que avançavam as obras do Novo Collegio do Amparo (Gentil Bitencourt) até que em 1896 ocupou provisoriamente as casas n°49 e n°51 alugadas de Pedro Chermont na mesma Estrada da Independência onde, pelo decreto nº 414 de 01FEV1897, finou sua nomenclatura monarquista.
Não confundir Instituto Paraense de Educandos Artífices (1872-97) com Escola de Aprendizes Artífices do Pará (1909-42) — esta embrião do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará; o IFPA.
[A Escola de Aprendizes Artífices do Pará (Federal) ocupou edifícios distintos em Belém até que, em outubro de 1930, instalou-se definitivamente em prédio próprio, planejado em acordo com as diretrizes nacionais e executado pelo arquiteto José Sidrim na Dom Romualdo de Seixas onde hoje funciona a Escola de Teatro e Dança da UFPA.]
Hoje o prédio originalmente ocupado pelo Instituto Lauro Sodré em 1899 — jamais funcionou como Instituto Paraense de Educandos Artífices neste lugar — faz parte do conjunto arquitetônico do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
Muito interessante ! Poder contar com parte de nossa história, mostrada em fotos e texto.
É triste lembrar que onde funciona o Fórum de Belém, já foi um dos melhores, se não, o melhor dos colégios ginasiais do nosso estado. Eu pergunto: onde ficam as provas de lembranças daqueles que estudaram nele, onde fica as oficinas de ofícios que lá existia, onde fica a melhor banda musical das escolas. Enfim, são tantas coisas boas que a gente não consegue entender; porque um governo salafrário faz uma coisa dessa.
Eu estudei lá na década de 70, ainda remanescia o regime internato. O diretor era David Sá, o chefe de oficina era mestre Marcelino, tínhamos aula de canto com o Prof. Pascoal, aulas de educação artística e muitas coisas boas.
Hoje não temos referências do nosso ginásio.