Assembléia Paraense — Praça da República números 21, 15, 16, 17 e 18

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Comparativo de imagens aéreas de 1963 ou 65 com atuais – edificações remanescente (ampliável)

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Delimitação dos lotes atualmente à comparação com as construções antigas

O antigo Café Chic (Renata Tecidos) foi um divisor d’águas entre os prédios ocupados pelo clube Assembléia Paraense ao longo de sua história na Praça da República: à esquerda do Chic, sob a numeração 21 a AP surgiu em 1916 (edifício Gualo) — como nova razão social da Associação do Commercio a Retalho do Pará, mas no mesmo ano mudou-se para o alugado número 15 (prédio da Caixa Econômica Federal) até adquirir sua sede própria em 1921, edificações geminadas de números 16 e 17, que passou por duas reformas significativas: a de 1924-25 assinada por José Sidrim e a de 1928-29 proposta em concorrência por João Augusto MacDowell — quando MacDowell praticamente¹ demoliu o imóvel a AP ocupou, provisoriamente, o número 18, que no início dos anos 1960, somar-se-ia ao 16 e 17 ao soerguimento do edifício Assembléia Paraense.
Ainda não alcançamos a data de aquisição do n°18 pela Assembléia Paraense, mas a assimetria (das fachadas) comum às reformas tanto de Sidrim quanto de MacDowell demonstra que o interesse pelo imóvel era antigo; possivelmente essa nova propriedade tenha chegado tarde demais à ampliação imaginada por ambos.

A Avenida da República, ou simplesmente Praça da República, era a delimitação da via paralela à praça que iniciava na perpendicular Avenida Liberdade (hoje Oswaldo Cruz) em direção ao jornal A Província do Pará; sua numeração era crescente nesse sentido e direta (par e impar) — tal avenida dava continuidade à 15 de Agosto que obedecia outra lógica: margem par e margem impar (atualmente tudo é nominado Presidente Vargas).
Trabalhamos com a numeração primitiva para evitar confusão na identificação dos lotes.

¹O praticamente vem do quase, jamais por uma demolição plena à casa em que Oswaldo Cruz se hospedou junto com sua equipe médica de profilaxia à febre amarela entre 1910 e 11; ao contrário, houve aproveitamento de paredes estruturais e o mais possível em ambas; Sidrim pensou em uma assimetria à nova fachada criada entre 1924 e 25, o que seria de certo modo imitado (e limitado) na construção de MacDowell que acresceu o pavimento superior e ampliou o porão com escavações significativas entre 1928 e 29 — se novo fosse o prédio 16-17, isto não teria sentido porque ele surgiria do chão, sobre suas próprias fundações; especulemos que a intenção de Sidrim, visivelmente corroborada pela ampliação de MacDowell, tivesse um objetivo claro: duplicar a 3ª sede ao n°18, dando-lhe uma simetria planejada no passado.


Saiba mais sobre o assunto em: A primeira sede própria do clube Assembléia ParaenseAssociação do Commercio a Retalho do Pará — origem da Assembléa Paraense.


Colaboradores: Fernando Marques (Laboratório Virtual) e Igor Pacheco (Fragmentos de Belém).


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Sobre o Projeto Laboratório Virtual - FAU ITEC UFPA

Ações integradas de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará - em atividade desde maio de 2010. Prêmio Prática Inovadora em Gestão Universitária da UFPA em 2012. Corpo editorial responsável pelas publicações: Aristoteles Guilliod, Fernando Marques, Haroldo Baleixe, Igor Pacheco, Jô Bassalo e Márcio Barata. Coordenação do projeto e redação: Haroldo Baleixe. Membros da extensão do ITEC vinculada à divulgação da produção de Representação e Expressão: Dina Oliveira e Jorge Eiró.
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1 respostas para Assembléia Paraense — Praça da República números 21, 15, 16, 17 e 18

  1. ananiaspeixoto disse:

    “Esboço”. Como assim? Tá muito bom e bem didático. O gif ilustra perfeitamente as duas postagem sobre o tema. Ficava difícil entender essas mudanças, mas agora está claro e se vê que as coisas se deram na vizinhança. Parabéns pra equipe de trabalho.

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