Divulgação/convite à FAU

BOCA do AMAZONAS: Sociedade e cultura em Dalcídio Jurandir

(São Paulo: Edições SESC, 2020, 352 p.)

O livro, que estuda a obra do escritor paraense Dalcídio Jurandir (1909-1979),
mostra que o seu “Ciclo do Extremo Norte”, composto por dez romances (1941-1978),
apresenta uma visão exemplar da sociedade e cultura da Amazônia.
Nesse romance em série ou roman-fluvial acompanhamos o caminho de
formação de um jovem do interior da Amazônia, dos seus 10 aos seus 20 anos,
durante a década de 1920, marcada pelo declínio da economia da borracha, pela
estagnação e por tentativas de reestruturação. É também um romance social, com
elementos de estudos antropológicos de campo.
Inicialmente, a obra de D. Jurandir é situada no contexto da história política,
econômica, social e cultural da Amazônia. São descritos também o processo de criação
do ciclo romanesco e a sua recepção.
Nos capítulos principais, o leitor passa a conhecer, com base nos dez romances,
quatro cenários da vida cotidiana social e cultural da Amazônia:
— A ilha de Marajó (ambiente dos três romances iniciais), que representa uma
síntese do interior fluvial da Amazônia, habitado sobretudo por ribeirinhos e caboclos.
— A metrópole regional Belém, cuja topografia social é descrita no romance
Belém do Grão-Pará a partir de seus bairros centrais.
— A periferia de Belém, cenário de 5 dos 10 romances. Com base nessas obras
foram realizadas, entre 2009 e 2014, adaptações cênicas e montagens teatrais com um
grupo de professores e alunos de uma escola de ensino médio no bairro de Terra Firme.
Essa experiência é descrita detalhadamente e documentada com fotos.
— A vila de Gurupá, onde se passa o romance final, Ribanceira, é um retrato de
uma típica comunidade amazônica.
Na contribuição do ciclo romanesco de Dalcídio Jurandir para o
conhecimento da Amazônia destacamos três aspectos:
1) a descrição da cultura cotidiana dos que vivem na periferia da sociedade;
2) o engajamento por uma educação de qualidade para todos;
3) a importância dada às falas dos habitantes da Amazônia. O romancista
captou na boca do povo dizeres significativos, que são documentos da memória cultural
e do desejo dessas pessoas de se tornarem sujeitos da História.
Com tudo isso, o retrato exemplar da Amazônia apresentada no Ciclo do
Extremo Norte estimula também a reflexão sobre os problemas sociais e educacionais
de todo o Brasil.

(Release do livro.)

Sobre o Projeto Laboratório Virtual - FAU ITEC UFPA

Ações integradas de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará - em atividade desde maio de 2010. Prêmio Prática Inovadora em Gestão Universitária da UFPA em 2012. Corpo editorial responsável pelas publicações: Aristoteles Guilliod, Fernando Marques, Haroldo Baleixe, Igor Pacheco, Jô Bassalo e Márcio Barata. Coordenação do projeto e redação: Haroldo Baleixe.
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