Mais um recorte de jornal do ano de 1965 nos foi enviado pelo Igor Pacheco, editor do site parceiro Fragmentos de Belém; desta vez se trata da desapropriação de quatro imóveis pelo Poder Municipal ainda nas mãos de Alacid Nunes que passou a governar o Estado em 1966.
Os adjetivos péssimo, sofrível e regular são utilizados para depreciar o casario antigo que seria demolido naquele ano para o alargamento da Padre Champagnat.
Essa notícia de A Província do Pará ratifica que alguns clippers do entorno do Ver-o-peso não foram demolidos como anunciado em outra reportagem, também de 1965, anexada ao post anterior do BF.
Para entender isso basta observar a comparação de duas fotos: a primeira mostra as casas ainda de pé e a segunda, dos anos 1970 (ver automóveis), com o “serviço pronto”, pelo menos cinco anos passados:
FAU
Nos detalhes se vê a permanência do posto de combustível e a ausência de um sobrado de dois pavimentos citado no Decreto da PMB — o clipper não está como detalhe porque não é comum às duas imagens.
Pelo visto o lema implantado pelo Golpe Militar de 1964 foi o da MARRETADA no Partimônio Histórico, pois o CLIPPER que aparece tinha menos de quinze anos em 1965, apesar do alarido do seu fim, que não se concretizou em urgência.
Não foram apenas pessoas que desapareceram com o Regime de Exceção, mas os arquivos de memória da Cidade: Estação Ferroviária de São Brás, clippers, o antigo prédio do Souza Franco (primeiramente Escola de Agronomia), o Reservatório Paz de Carvalho, o “velho” Colégio Magalhães Barata, e por ai vai…
Fonte da Foto (recorte): A Província do Pará de maio de 1965.
Fonte do Decreto (recorte): A Província do Pará de 04 de fevereiro de 1965.