CLIPPER Nº1: quanto custava um poste na 2ª Guerra?

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Novamente a “lupa de Holmes” foi usada em duas fotografias para tentar comprovar que a CONSTRUÇÃO “…de um abrigo na Avenida Portugal, em frente à Praça do Relógio…”, alardeada politicamente no relatório de Alberto Engelhard, prefeito de Belém entre 1943 e 1945, não passou de uma duplicação por rebatimento da forma original do CLIPPER Nº1.
Observemos a incongruência no encontro das duas lajes: há um dente, com significativa redução do alinhamento da cobertura anexada, claramente em desvio a um poste da Pará Electric, nos anos em que Magalhães Barata, interventor federal de 1943 a 1945, fez campanha nacionalista com o objetivo de desmoralizá-la e estatizá-la, o que viria a ocorrer em 1947, no governo do major Luís Geolás de Moura Carvalho.
Possivelmente, e só de sacanagem, os funcionários da Companhia, à época (1943, 1944 ou 1945), não foram tirar o poste, que lá ficou, no mínimo, por 27 anos − se considerarmos o último ano Barata/Engelhard.
Para entender melhor essa história, vale a pena ler a página 157 da tese de  Chélen Fisher de Lemos:

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Sobre o Projeto Laboratório Virtual - FAU ITEC UFPA

Ações integradas de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará - em atividade desde maio de 2010. Prêmio Prática Inovadora em Gestão Universitária da UFPA em 2012. Corpo editorial responsável pelas publicações: Aristoteles Guilliod, Fernando Marques, Haroldo Baleixe, Igor Pacheco, Jô Bassalo e Márcio Barata. Coordenação do projeto e redação: Haroldo Baleixe.
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1 respostas para CLIPPER Nº1: quanto custava um poste na 2ª Guerra?

  1. Paulo Andrade disse:

    Esta pesquisa que Haroldo Baleixe está fazendo é muito importante para o resgate da história e memória da nossa capital; é até sentimental para quem viveu na época.
    Eu, que ainda me lembro de alguns clippers e também – vagamente – dos bondes na Dezesseis de Novembro, me emociono.
    Era um moleque contumaz em comprar cigarros americanos no clipper do Largo de Nazaré: Kent, Marlboro, Camel e outros que eram contrabandeados livremente.
    Costumava amarrar na perna, por baixo da calça, a “carteira” de cigarros e o isqueiro Ronson (também contrabandeado)…

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