Grande Hotel, av. Pres. Vargas / Acervo
“Imagine-se agora, na rua do lado ocidental do Theatro da Paz, no mesmo Largo da Pólvora (Praça da Repúlica), um edifício de quatro andares, o piso inferior abrindo-se em portas envidraçadas, os balcões da janelas superiores em ordenação clássica, culminando, de ambos os lados de um frontão central, em mansardas semelhantes às dos prédios da Rue de Tivoli, em Paris, ponham-se-lhe em sua calçada fronteira, com as respectivas cadeiras portáteis, mais de uma dezena de mesinhas de tampo circular de pedra, cada qual cercado por aro protetor de metal amarelo, e teremos o Grande Hotel e sua terrace, quarto ícone urbano, construído no fim do século, e que, ainda sólido e em condições de funcionamento, na mesma década de 1970, quando o arraial de Nazaré acabou, a especulação imobiliária suprimiu da paisagem urbana”.
Benedito Nunes & Milton Hatoum – Crônica de duas cidades (2004)
Imagem e texto retirados do site Fragmentos de Belém.
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Leia mais sobre o edifício em Grande Hotel: apenas hóspedes da memória; publicado no Diário do Pará de 30/01/2011.
(Parece que o texto de Nunes e Hatoum contém uma pequena falha: onde se lê “fim do século”, seria “início”.)